PERSEGUIÇÃO
VELADA
“Em
tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos,
mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos” (2Cor 4. 8,9).
Após
a morte de Jesus os discípulos se atemorizaram, se esconderam e temeram serem,
também, capturados e mortos. Após o terceiro dia Jesus ressuscitou e apareceu,
primeiro, às mulheres, que foram visitar o túmulo, e posteriormente, aos discípulos
que se achavam confinados, por estarem atemorizados.
Jesus
ceia com eles e os ordena que permanecessem em Jerusalém (Lc24.49) até que, do alto, fossem revestidos de poder.
A
presença de Deus entre nós não terminou com a ascensão de Jesus. Ao contrário,
o próprio Jesus prometeu aos seus discípulos que não os deixaria sós, mas que
lhes enviaria outro Consolador (João 14.16-26). E no princípio do livro de
Atos, imediatamente antes da ascensão, Jesus lhes disse que receberiam o poder
do Espírito Santo, e que em virtude disso seriam testemunhas “até aos confins
da terra” (Atos 1.8). A vinda do Espírito Santo, no dia de Pentecoste marca o
começo da vida da igreja. Começa, então, a história de um povo marcado pela
perseguição e pela cruz.
A
primeira perseguição acontece logo depois à pregação de Pedro, onde mais de
três mil homens se convertem. Pedro e João são presos e levados ao Sinédrio e depois
de interrogados são ameaçados e soltos.
Outras
prisões vieram logo a seguir, e já deliberavam matar a Pedro, que depois de
açoitado mais uma vez é solto.
O
primeiro cristão martirizado, de que se tem notícia na Bíblia, foi o jovem
Estevão, que possuía grande sabedoria ao falar pelo poder do Espírito Santo.
A
perseguição, então, alcança os leigos e a igreja se dispersa, mas os que
andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra.
A
pregação do evangelho crescia a cada dia e o número de cristãos aumentava
sobremaneira. Paulo respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos,
desce para Damasco afim de que, se encontrasse alguns daquela “seita”( pois até
então o cristianismo era considerado uma seita), quer homens, quer mulheres, os
conduziria presos a Jerusalém.
Entretanto,
a caminho de Damasco, Paulo tem um encontro com Cristo e sua vida é mudada, de
perseguidor passa a perseguido. Paulo torna-se o apóstolo dos gentios, e sofre
duras perseguições.
Em
Antioquia, pela primeira vez, os seguidores de Cristo são chamados cristãos.
A
história da Igreja é marcada por perseguições, é marcada pelo sangue daqueles
que em nome de Cristo foram mortos. Homens e mulheres, milhares deles têm sido
perseguidos, única e exclusivamente, por se dizerem crentes em Jesus, por
professarem sua fé em Cristo.
Jesus
disse no sermão do monte que, “Bem aventurados sois vós quando vos injuriarem,
e perseguirem, e mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa.
Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim
perseguiram os profetas que foram antes de vós” (Mateus 5. 11,12).
Isso
não tem sido diferente nos nossos dias, muitos têm sofrido perseguições por
amor a Cristo. Em muitos países a perseguição contra os cristãos tem crescido assustadoramente.
O
que não nos damos conta é que existe uma perseguição velada da qual ninguém
fala. Vivemos o tempo das “fobias”, esse é o termo do momento. E se disséssemos
que existe uma “cristianismofobia”, não estaríamos mentindo. Desde os tempos
mais remotos, lá no Antigo Testamento, os povos pagãos já tinham medo da nação de
Israel. Após o nascimento de Jesus, Herodes temendo perder o trono, mandou
matar todas as crianças menores de três anos. Os fariseus perseguiram e mataram Jesus, por temerem sua doutrina. Após a morte de Jesus milhares
foram perseguidos e mortos. Ainda hoje, muitos são mortos e nós somos
perseguidos, por professarmos nossa fé em Jesus. No país em que vivemos somos
perseguidos, ainda que, possuindo direitos constitucionais de liberdade de expressão,
de liberdade religiosa e de culto. Assim como o Sinédrio proibia os discípulos de
falarem de Jesus e de sua doutrina, hoje querem nos proibir de falarmos desse
mesmo Jesus e daquilo que ele nos ensinou. Podemos perceber que nada mudou.
Somos
tolhidos em nossa liberdade e perseguidos numa artimanha maquiavélica, que
defende uma liberdade em detrimento de outra.
A
questão é: por que se teme tanto a Jesus? Ou por que se teme tanto a pregação do
cristianismo?
Esta
é uma pergunta que a igreja nunca conseguiu responder, mas Jesus já havia nos prevenido
que tal fato ocorreria, e que seríamos bem aventurados por sofrer perseguições.
Precisamos
estar preparados, porque a Bíblia diz que nos últimos dias as perseguições seriam
muitíssimas. Já temos vivido essa perseguição, ainda que no Brasil e em alguns
países ela aconteça de forma velada, mas ela é real. Querem nos calar, querem
nos difamar, falam calúnias a nosso respeito, mas exultemos e nos alegremos,
pois assim, também, fizeram aos grandes homens de Deus que vieram antes de nós,
e também ao próprio Deus encarnado. Lembremos que não estamos órfãos, nem desamparados, o Espírito Santo, o Consolador, está conosco todos os dias, até a consumação dos séculos.
Ainda que perseguidos não desanimemos, mas
prossigamos em direção ao alvo que é Cristo. Deus em tempo oportuno nos
exaltará, pois um dia todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus
é o Senhor.
Minha
oração é para que o Senhor nos fortaleça na missão para qual Ele mesmo nos
designou, “Ide e fazei discípulos de todas as nações”. Mantenhamos, pois firmes
no nosso chamado, crendo que as portas do inferno jamais prevalecerão contra a
Igreja de Cristo. E que Ele mesmo voltará para buscar sua noiva, limpa, pura e
adornada.
“Bem
aventurados aqueles que lavam as suas vestes no sangue do Cordeiro, para que
tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas” (Apocalipse
22.14).
Deus
nos abençoe!