A MENINA NO ESPELHO
Julia era linda por si
só, com aqueles grandes olhos amendoados, cabelo de anjinho barroco e pela
clara de algodão. Conquistava a todos com seu jeito moleca e os fazia sorrir.
Como Julia era feliz,
corria, pulava, caía, e assim ia Julia com suas traquinagens.
O tempo passou, e agora,
Julia não mais tão feliz. O que houve com Julia? O que houve com Julia? Todos
inquietos a perguntar...
Julia não mais sorria
como antes, agora um pouco encabrunhada e uma distância no olhar. Agora, Julia mulher, gargalhadas com um que de tristeza. Certa feita Julia se
olhou no espelho, e não mais reconhecia o reflexo do que via. Afinal, quem era
do outro lado? Quem era aquela que ela via refletida? Nem Julia sabia.
O que houve com Julia?
Oh Deus! Julia foi ferida
em sua inocência, golpe deveras mortífero em alma tão tenra.
Como poderia alguém tocar
de forma tão vil em algo tão doce?
Tantas “Julias e Julios
“, feridos de forma tão cruel, trazendo na alma o amargo gosto do fel.
Oh Deus, onde tu estavas?
Porque permitistes que tal acontecimento ferisse a inocência de uma criança?
Era só uma criança!
Por certo Deus estava no
mesmo lugar. No mesmo lugar de onde viu seu filho padecer, daquele lugar o pai
via tudo. Via seu filho torturado, e massacrado por tanta dor. Via seu filho
levar a maldição que poderia condenar Julia. Via seu filho tomar sobre si a dor
de Julia, para que sua alma pudesse receber o alivio da cura.
Alma ainda um tanto
quanto confusa, em busca de respostas que por certo virão. Virão em forma de
bálsamo, virão em forma de cura. E a alma antes tão doce, ofuscada como que por
um véu, renovará as suas forças, correrá e não se cansará, caminhará e não se
fatigará, e se descortinará em forma de águia refeita das cinzas, e voará
altaneiramente.
Simone Becker
“ Verdadeiramente ele
tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós
o reputávamos por aflito, ferido e Deus e oprimido. Mas ele foi ferido por
causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o
castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos
sarados.” ( Isaías 53:4,5 )
Amém !
ResponderExcluirAlessandra