A DOR DA TRAIÇÃO
Lidar
com desapontamentos e traições, não é coisa fácil. As mágoas, sentimentos de
revolta e dor que essas situações nos causam tornam-se, às vezes,
incontroláveis. E consequentemente nossa reação natural é nutrir esses
sentimentos, que nos corroem. Pois tudo o que queremos nesse momento é ver o
que nos feriu, ferido. É de alguma maneira, fazer justiça ou vê-la se cumprindo
em nosso favor, afinal, existe uma lei natural que apregoa que todo aquele que
cometeu uma infração deva ser punido de alguma forma. Sendo assim, almejamos ver
saciada nossa sede de justiça, frente à injustiça cometida.
A
bíblia diz que Jesus foi homem de dores, isso quer dizer que a vida de Jesus
não foi fácil. “Era desprezado, o mais rejeitado entre os homens, homem de
dores...” (Isaías 53:3). Jesus não viveu uma vida às gargalhadas, ele sofreu
todas as injustiças possíveis e impossíveis de serem suportadas pelo homem. Ele
não foi sucumbido por elas porque Deus também estava n’Ele, o Pai era um com
Ele.
Quando
olhamos para Jesus e para a cruz, percebemos quão pequenina é toda injustiça com
a qual lidamos. Isso não quer dizer que perdoar seja algo fácil. O exercício do
perdão é algo doloroso. Deixar livre o causador da ferida transcende as
possibilidades humanas, não é algo com que consigamos lidar de maneira passiva
e resignada. O sentimento de decepção gera em nós descrédito em relação ao
outro; gera em nós desconfiança, amargura, tristeza.
Tratar
feridas interiores só se torna possível, através da manifestação e operação do
Espírito Santo. Só o Espírito Santo possui as ferramentas, e o antídoto eficaz
para a cura. Só Ele é capaz de fazer uma assepsia no nosso coração, e curar
nossa alma, pois o próprio Cristo sabe o que é ser injustiçado, mas foi através
da injustiça que Ele sofreu, que nós recebemos o perdão.
O
próprio Deus satisfez sua necessidade de justiça, porque Deus é justo, através
d’Ele mesmo. O único que poderia revogar uma lei de Deus seria o próprio Deus.
Nenhum sacrifício seja de animais ou humano, saciaria a justiça de Deus.
Se
o próprio Deus Santo e justo, escolheu nos perdoar, e n’Ele habita todo o
perdão, como poderíamos nós devedores de Cristo, negarmos perdoar.
A
bíblia diz que “Se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de
Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que com ele
também sejamos glorificados.”(Romanos 8:17).
Somos
herdeiros de todas as bênçãos nas regiões celestes, inclusive o perdão dos
pecados. Aquele que nem mesmo o seu próprio filho poupou, antes o entregou por
todos nós, não nos dará juntamente com ele todas as coisas? Quem intentará
acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.
Amados,
a justiça não pertence a nós, por isso perdoar é algo espiritual. É lembrar sem
sentir dor. É certo que não podemos apagar de nossa memória as lembranças,
mas podemos extirpar a dor que elas nos causam.
Alimentar
o ódio e sentimento de vingança é o mesmo que envenenar a si mesmo, aos poucos,
e achar que é o outro quem vai morrer. Liberar perdão faz bem para a alma, para
o corpo e para o espírito. Portanto, entregue para Deus suas mágoas e
ressentimentos, deixe a justiça por conta de Deus e Ele em tempo oportuno te
exaltará.
Deixe
sua alma descansar, não coloque sobre seus ombros a responsabilidade que não é
sua, pois Jesus já a tomou na cruz do calvário. Ele levou sobre si todas as
injurias, dores, e sofrimentos.
Deus
não despreza sua dor, Ele tudo vê, e permanece no mesmo lugar de onde viu seu
amado filho padecer, para que você eu recebêssemos a cura.
Deus
nos abençoe!