O ENXERTO
O
jardim da casa de minha mãe sempre foi muito bem cuidado. Ela sempre cuida
pessoalmente de cada detalhe e adora plantar novas mudas. Ela gosta
especialmente das rosas, e em seu jardim existem várias espécies de
roseiras.
Lembro-me
quando criança, que ela sempre fazia enxertos nas rosas. Isso consistia
basicamente em, anexar um pequeno galho de uma rosa no tronco de outra muda,
através de um corte. Essa muda, então, adquire aspectos das duas roseiras. As
rosas que nascem são de cores e aspectos totalmente diferentes e singulares.
Ela também as podava para que fortalecessem e os brotos novos trouxessem novas
folhagens e flores.
Deus
de uma maneira tão maravilhosa tomou um pequeno galho, jogado ao vento e
lançado solitário à sua própria sorte. Tomou-o e o enxertou na árvore matriz, a
videira de onde vem toda a seiva necessária à sobrevivência do galho. Galho, antes, condenado à morte
pela sequidão por não receber a seiva da raiz e que agora recebe nutrientes,
cresce, adquire características da árvore matriz, e começa a dar frutos. Suas flores
e frutos não são mais os mesmos, ele se torna algo singular e único. Galho
antes, incapaz de produzir bons frutos, mas que agora produz frutos dignos de
arrependimento.
Sou
esse galho. Com cordas de amor fui atraído e de graça recebi o Espírito Santo,
que escolheu habitar em mim, sendo eu ainda pecador.
O
que oferecer em troca a não ser a própria vida que recebi? Se a vida que me foi
dada não vem de mim mesmo e sequer tenho o controle sobre ela.
Romanos
11:18 diz: “...não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti.”
Como
é maravilhoso abrir os olhos todas as manhãs e perceber a misericórdia se
renovando sobre a minha vida. Como é bom poder respirar, olhar na janela e ver
os pássaros que ainda cantam lá fora, o sol que ainda brilha. Como é bom
perceber que tenho tanto para agradecer.
Se
Deus como exímio jardineiro tomou um galho sem valor e o enxertou na videira,
não iria ele, então, cuidar do galho?
Não
receberia esse galho todas as substâncias necessárias à sua sobrevivência, não
receberia a poda para crescer ainda mais forte.
Mas
também diz em Romanos 11:22 “Considera pois a bondade e a severidade de Deus:
para os que caíram severidade; mas para contigo benignidade, se permaneceres na
sua benignidade, de outra maneira tu também serás cortado.”
Paulo
está falando sobre aqueles para os quais Jesus veio e eles não o receberam, e
assim nós gentios que o recebemos fomos enxertados na videira, e eles foram
cortados.
Mas
assim como Deus não poupou os ramos naturais, não poupará os enxertos. Aquele
que não der frutos será cortado da videira. Assim como aqueles que o aceitarem,
serão novamente enxertados.
Minha
mãe é uma ótima jardineira, mas Deus é o perfeito jardineiro, que faz os
enxertos necessários e corta os ramos secos.
E
você? Está enxertado na videira e tem recebido a seiva que vem da raiz?
Pois
é da videira que vem toda a seiva que precisamos para dar frutos, não de nós mesmos.
E é também para que nos tornemos fortes, que Deus nos poda, tratando nosso caráter,
nos disciplinando e nos moldando, para que nos tornemos galhos capazes de dar
bons frutos.
“Pelos
frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas de espinhos e figos dos
abrolhos? Toda árvore boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos. Uma
árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má, bons frutos. Toda
árvore que não der bons frutos será cortada e lançada no fogo. Pelos seus
frutos os conhecereis.” (Mateus 7: 16-20)
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