ÁGUIA
Frágil filhote trinca a casca do ovo. E, do rachar, salpica de
estilhaços amarelados os gravetos entrelaçados sobrepostos. Envolvido pelas
tenras penas da mãe-águia, desfruta de segurança e proteção. O calor do sangue
e do afago percorre ao longo do peito. E aquece. Ainda não-pronto, sem plumas e
sem asas formadas, recebe a comida mastigada na goela. Despejo de energia
revigorante. O pequeno dependente se satisfaz com o abrigo e cuidado, com a
comodidade e facilidade. Mas as luas mudam, e a penugem fica vistosa. Já é o
tempo. Chegado o momento de voar, arriscar, ver.
Sábia mãe-águia que é, entende que a cria, medrosa, nunca tomaria o primeiro passo. (Da primeira pisada para fora do ninho). Encontro cara à cara com o fundo do penhasco. Uma questão de necessidade. Afinal, ela não estaria para sempre ao lado da jovem-águia. É preciso procurar, caçar, agarrar, descobrir. Ver. Ver o mundo. Ver o além. Abrir o campo de visão. E isso, por conta própria, por pessoal e intransferível experiência. Águia-mãe prende o filhote pelo bico, e lança. Joga no céu, para cima. No entanto, a cria inocente e assustada não consegue se mexer na primeira tentativa. Morrerá na queda? Acidente precoce? Nunca assim. A mãe, auxiliadora e boa, circula o filhote durante a precipitação. Se não alça vôo, próximo de tocar o chão, é pego pela pele para subir novamente. E o drama se repete até a aguiazinha aprender a confiar. Aprender a bater asas. Aprender a voar, e ver.
Dias vão, águia-jovem amadurece em jovem águia adulta. Vêm estações, vêm os ventos. Águia tem que enfrentar tempestades. E enfrenta. Fere-se, no período de cortar as nuvens. Atravessa a negrura do dilúvio e acha o azul-dourado de luz. Isso tudo para buscar o sol. Isso tudo para avistar o sol. A águia voa em direção ao sol, porque somente com o brilho que ele proporciona, ela pode enxergar... E não apenas ver. E voa, solitária. E vive, no horizonte vertical - planando, conquistando, adquirindo astúcia, sabedoria, esperteza e leveza também. Cresce, deslumbra, envelhece. A fraqueza do corpo e a temperatura desaquecida indicam a aproximação da morte. Mas águia não mostra seu fim. Vai para longe. Vai para o alto. Vai para o topo. Pousa, com o tronco erguido. E morre. Mais perto do sol.
Sábia mãe-águia que é, entende que a cria, medrosa, nunca tomaria o primeiro passo. (Da primeira pisada para fora do ninho). Encontro cara à cara com o fundo do penhasco. Uma questão de necessidade. Afinal, ela não estaria para sempre ao lado da jovem-águia. É preciso procurar, caçar, agarrar, descobrir. Ver. Ver o mundo. Ver o além. Abrir o campo de visão. E isso, por conta própria, por pessoal e intransferível experiência. Águia-mãe prende o filhote pelo bico, e lança. Joga no céu, para cima. No entanto, a cria inocente e assustada não consegue se mexer na primeira tentativa. Morrerá na queda? Acidente precoce? Nunca assim. A mãe, auxiliadora e boa, circula o filhote durante a precipitação. Se não alça vôo, próximo de tocar o chão, é pego pela pele para subir novamente. E o drama se repete até a aguiazinha aprender a confiar. Aprender a bater asas. Aprender a voar, e ver.
Dias vão, águia-jovem amadurece em jovem águia adulta. Vêm estações, vêm os ventos. Águia tem que enfrentar tempestades. E enfrenta. Fere-se, no período de cortar as nuvens. Atravessa a negrura do dilúvio e acha o azul-dourado de luz. Isso tudo para buscar o sol. Isso tudo para avistar o sol. A águia voa em direção ao sol, porque somente com o brilho que ele proporciona, ela pode enxergar... E não apenas ver. E voa, solitária. E vive, no horizonte vertical - planando, conquistando, adquirindo astúcia, sabedoria, esperteza e leveza também. Cresce, deslumbra, envelhece. A fraqueza do corpo e a temperatura desaquecida indicam a aproximação da morte. Mas águia não mostra seu fim. Vai para longe. Vai para o alto. Vai para o topo. Pousa, com o tronco erguido. E morre. Mais perto do sol.
Bárbara Ris
Mas os que esperam no SENHOR renovarão as forças, subirão com asas como
águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão. (Isaías
40:31)
Essa é uma composição de minha amada filha, talentosa, amada por Deus.
TE AMO FILHA!!
Simone Becker
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