quarta-feira, 6 de junho de 2012

QUANDO AS POSSIBILIDADES SE ESGOTAM

                             



QUANDO AS POSSIBILIDADES SE ESGOTAM



Aquele foi o último grito, num desesperado pedido de socorro. Tudo o que eu tinha era a solidão e o eco da minha própria voz.
Esvaíram-se todas as possibilidades, e os esforços por mim empenhados soavam-me como zombaria daquilo que não veio.
Todas as cartas e trunfos estavam sobre a mesa, e o jogo na iminência de terminar. O prenuncio do checkmate era quase inevitável, e a luz no fim do túnel, pincelava o apagar.
Todas as estratégias se foram, e o fracasso ansiava batendo à porta.
Todas as minhas saídas se turvaram e se enegreceram, a ponto de eu não poder enxergá-las.
O que fazer, se tudo o que me restou foi um resquício de esperança entulhada no fundo do meu ser?
 Diante das impossibilidades humanas, buscar alento e uma saída, era o que minha alma almejava.
No confronto com a total falibilidade, necessário se fazia que eu buscasse o não tangível, levantar meus olhos e enxergar além do que eu pudesse ver.
Exercitar a fé que se movia para além das circunstâncias, era o último suspiro de um moribundo frente ao fim.
Era viver ou morrer, levantar ou sucumbir-me.
Minhas forças, como que por milagre, se uniram num desesperado esforço pela sobrevivência, e meus joelhos trêmulos se ergueram. De pé tornava-se mais fácil olhar além, e enxergar a luz que ainda brilhava, para além das nuvens que encobriam o sol.  Era a certeza de que Deus ainda estava lá, ainda que eu não pudesse ouvir sua voz, e o meu clamor não mudasse o seu silêncio. Ele permanecia lá.
Por certo, nem meus pecados poderiam mudar o seu amor por mim, pois meu nome estava escrito na palma de Sua mão.
Naquele momento, a certeza de que Deus se levantaria em meu favor, e faria o milagre acontecer, era tudo que eu possuía. Estava fragilizada, e totalmente entregue em Suas mãos, e diante das minhas fraquezas aperfeiçoava-se em mim o Seu poder. Pois em Sua perspectiva haveria uma saída. D’Ele viria o sim, quando tudo me dizia que não. D’Ele viria à existência tudo que ainda não existia, para tornarem-se reais todas as minhas necessidades.
O milagre que eu esperava, Ele podia. A transformação de que eu almejava Ele podia. O que então, me propus a fazer, foi abrir minhas mãos para receber.

Simone Becker

Obrigada, Deus!
Porque ainda que meus olhos se turvem, e  eu não consiga ver além, tu continuas lá.
Ainda que as circunstâncias ao meu redor cubram o sol, tu permaneces comigo, pois a tua mão me sustenta e me mantém de pé.
Só tu és Deus, acima de toda a terra. Deus de poder e graça, que não desampara um filho teu. Deus que não deixa caído e envergonhado, aquele que deposita em ti a sua confiança.
Tu és tudo que tenho, a tua vara e o teu cajado me consolam, pois preparaste uma mesa na presença dos meus inimigos, ungiste a minha cabeça com óleo e o meu cálice transborda. Certamente bondade e misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida. E habitarei na tua casa para todo o sempre.

“Vinde a mim, todos que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e acharei descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” (Mateus 11 28 à 30)

“Porque pra Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas.” (Lucas 1: 37)