sexta-feira, 25 de outubro de 2013


MORTOS PARA O PECADO E VIVOS PARA DEUS



Desde o surgimento da humanidade sempre existiu no homem a busca pelo relacionamento com o sagrado, e não menos, a necessidade de entender o sagrado.
A partir do evento Jesus, essa necessidade se evidenciou, pois nem mesmo os Judeus, que haviam sido preparados, pelo anuncio, de que viria o Messias, encontraram facilidade em lidar com o assunto, e tiveram grande dificuldade, e ainda o tem, de entender o evento do verbo encarnado (que se fez carne) e que através dele nos foi dada a remissão dos pecados, Jesus. A Igreja primitiva viveu essa crise de entendimento da graça derramada através do verbo que se fez carne.
Praticamente, toda a carta de Paulo à Igreja que se encontrava em Roma fala sobre a justificação pela graça. Paulo faz uma explicação detalhada sobre o assunto, porque haviam muitas dúvidas com relação à justificação através do sacrifício de Cristo.
Se Cristo morreu para justificação, como tomar posse disso, como ter direito a isso?
Paulo explica sobre a justificação somente pela fé. Não existe outra forma de nos apropriarmos da graça concedida, a não ser pela fé. Ela não é algo palpável, é algo que se crê.
Em João 3. 16 está escrito: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu único filho para que todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna”. Percebam que a graça é para todo aquele que nele crê.
 Em Hebreus 11.6, também está escrito: “Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa àqueles que o buscam”.
Na Idade média essa crise de identidade afetou de forma trágica a Igreja. O entendimento da graça como favor imerecido, no qual o órgão receptor é a fé, foi substituído pelo esforço próprio, obras, para recebimento da justificação. A venda de indulgências, as penitências, as confissões, que em muitas Igrejas perduram até os dias de hoje, fez surgir uma crise na Igreja.
Alguns padres, inconformados com a forma com que a Igreja vendia a graça e impunha  jugo sobre as pessoas, buscaram nas escrituras, principalmente na Carta de Paulo aos Romanos, a resposta para essas dúvidas.
Esses padres ao estudarem Romanos, através da iluminação do Espírito Santo, compreenderam a justificação somente pela fé, que é a mensagem principal de Paulo à Igreja em Roma. Dentre eles, está Martinho Lutero, o grande reformador, que após ser iluminado e adquirir tal entendimento, fixou as noventa e cinco teses contra as indulgências, e os desmandos do papado na porta da Igreja Castelo em Wittenberg, Alemanha, em 31 de outubro de 1517.
 A partir de então, houve uma ruptura dos padres que não eram favoráveis à postura da igreja com relação à justificação dos pecados, e contra os desmandos da igreja da época. Surgindo assim o movimento protestante.
Ainda existe uma grande dificuldade para entendermos a justificação pela fé. Entendermos a fé como órgão receptor da graça, e algo que ainda traz controvérsias e muita confusão.
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus”.Efésios2:8.

Existem quatro tipos de fé:

Fé Histórica – Assentimento intelectual, acreditar no Jesus histórico, nos fatos relatados, nas informações que nos foram passadas. (Não salva)
Fé Implícita – Assentimento emocional. Crer porque todos creem. Inserção num grupo.(Não salva)
Fé Informe – Primeiro estágio preliminar da fé. Fé ainda em formação. Ainda não houve novo nascimento. “Logo a fé vem pelo ouvir, e o ouvir vem pela palavra de Cristo”. Romanos 10:17 (Não Salva)
Fé Genuína – O firme e seguro conhecimento da divina benevolência de Deus para conosco, firmado na verdade. “Em quem também vós estais depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa;

O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória”. Efésios 1:13-14. Também em Romanos 8 e 1 Tessalonicenses 1.
A fé genuína gera o novo nascimento, (João 3: 1–15).  O novo nascimento é acompanhado de arrependimento, regeneração, frutos, perdão de pecados.
Não somos mais escravos do pecado; o pecado não mais terá domínio sobre nossas vidas. No novo nascimento recebemos o selo do Espírito Santo e passamos a ser o seu templo. Isso nos capacita a viver sem pecar, a presença do Espírito Santo constrange-nos e nos convence do pecado. Romanos 6:1-18.
A regeneração, portanto, é marcada pela mortificação, isso é por uma ação intencional nossa em não pecar, através da força do Espírito Santo. É um processo racional e contínuo.
A Bíblia diz:

. O pecado faz separação entre o homem e Deus – Isaías 59:2
. Deus entrega o homem impuro às suas imundícias para se alto destruir – Rom. 1:26 à Rom. 2:2
. Somos templo – I Coríntios 6:13-20
. O que não possuí frutos nunca nasceu de novo – 2 Pedro 2:20
. Pelos frutos somos conhecidos – Mateus 7:16:23
. Aquele que ama a Deus – João 14:21

“Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis”.
Romanos1:19-20

Deus nos abençoe!





quinta-feira, 17 de outubro de 2013


O PROBLEMA SOMOS NÓS




                                   

Ontem tive a oportunidade de entrevistar uma das fundadoras da Igreja Caverna do Adulão em BH. A história da Igreja é muito bonita. Tudo começou no Rock In Rio 1985, quando ela e o marido foram evangelizar. Desde então, a Igreja tem crescido e alcançado muitas vidas, numa sociedade onde a exclusão é real. 

Ao perguntar para a Tânia, o que mudou nesses últimos tempos na questão do evangelismo e da Igreja. Não fiquei surpresa, que sua resposta fosse: Piorou.

Segundo ela nas décadas passadas falávamos de Jesus, e isso tinha relevância, isso movia o coração das pessoas e trazia transformação.

Hoje o evangelho está banalizado, ser crente ficou fácil, a oferta é grande.
Fiquei refletindo o porquê de possuirmos tamanha facilidade nos dias de hoje para anunciar o evangelho, contamos com tantos aparatos para nos auxiliar, e ainda assim, tudo piorou.
Infelizmente, cheguei à triste conclusão de que o ser humano prefere mesmo as dificuldades, as facilidades muitas vezes se tornam empecilho.
Nos tempos em que tudo era mais difícil, nos tempos em que ser crente era ser motivo de chacota, nos tempos em que ser crente requeria testemunho de vida, o evangelho possuía credibilidade, pois as pessoas realmente viam nele a possibilidade de transformação, viam a verdade.
Hoje as cartas que trazemos escritas em nós, cartas vivas, falam de um pseudo-evangelho, um pseudo-cristianismo, algo que é vendido barato, uma oferta maior que a demanda, por isso se torna objeto de desdém.
As pessoas têm trocado a simplicidade do cristianismo, por coisas confusas e abstratas. O simples é considerado refugo, e descartável. Por isso o ser humano, perdeu a sensibilidade frente ao evangelho, ele é simples, Jesus é simples, Ele se doou, Ele se deu, e isso pode soar como algo banal. Num mundo onde tudo se compra, onde tudo é descartável, buscamos comprar o que nos parece mais caro, pois nos parece mais importante, dá status, tem glamour.
O evangelho não traz glamour, ele fala da cruz, ele oferece a cruz. E não estamos dispostos a pagar esse preço, não queremos a cruz, queremos o céu na terra, queremos o que o reino terreno pode nos oferecer, riqueza, poder, fama, status, aparência. Por isso tudo piorou. É isso que temos oferecido não Cristo, não o verdadeiro cristianismo. Isso faz com que a pregação do verdadeiro evangelho não surta muito efeito, pois existe um pseudo-evangelho sendo proclamado e esse parece ser bem mais interessante aos olhos daqueles que o recebem.
O pseudo-evangelho retira do Cristianismo a “Cruz” que é o seu referencial e sua base. Sem cruz não existe cristianismo.
Segundo a Tânia, muitos que chegam à Caverna se decepcionam, pois na realidade, existe uma falsa ilusão de que lá tudo é diferente, mas ao chegarem percebem que o evangelho pregado é o de Cristo, que não é uma caverna (de fato), que não toca só rock, que não tem só gente doidona, mas que ali se reúnem pessoas normais, pecadores, carentes de Deus e que estão dispostas a o adorar, percebendo isso as pessoas não voltam. As pessoas tem esperado encontrar sei lá o que. O que o ser humano tem procurado? O cristianismo é imutável, Cristo não muda, Ele é o mesmo. Ainda que contemos com os meios de comunicação, com a era digital, ainda assim, Cristo não mudou. O problema não é Cristo, o problema é que Cristo tem sido pregado e proclamado. O problema somos nós. O problema é a carta, a carta viva, que a muito se encontra moribunda e prestes a morrer.
Que Deus nos abençoe, e nos ajude!

segunda-feira, 14 de outubro de 2013


ÁGUIA



Frágil filhote trinca a casca do ovo. E, do rachar, salpica de estilhaços amarelados os gravetos entrelaçados sobrepostos. Envolvido pelas tenras penas da mãe-águia, desfruta de segurança e proteção. O calor do sangue e do afago percorre ao longo do peito. E aquece. Ainda não-pronto, sem plumas e sem asas formadas, recebe a comida mastigada na goela. Despejo de energia revigorante. O pequeno dependente se satisfaz com o abrigo e cuidado, com a comodidade e facilidade. Mas as luas mudam, e a penugem fica vistosa. Já é o tempo. Chegado o momento de voar, arriscar,  ver.
Sábia mãe-águia que é, entende que a cria, medrosa, nunca tomaria o primeiro passo. (Da primeira pisada para fora do ninho). Encontro cara à cara com o fundo do penhasco. Uma questão de necessidade. Afinal, ela não estaria para sempre ao lado da jovem-águia. É preciso procurar, caçar, agarrar, descobrir. Ver. Ver o mundo. Ver o além. Abrir o campo de visão. E isso, por conta própria, por pessoal e intransferível experiência. Águia-mãe prende o filhote pelo bico, e lança. Joga no céu, para cima. No entanto, a cria inocente e assustada não consegue se mexer na primeira tentativa. Morrerá na queda? Acidente precoce? Nunca assim. A mãe, auxiliadora e boa, circula o filhote durante a precipitação. Se não alça vôo, próximo de tocar o chão, é pego pela pele para subir novamente. E o drama se repete até a aguiazinha aprender a confiar. Aprender a bater asas. Aprender a voar, e ver.
Dias vão, águia-jovem amadurece em jovem águia adulta. Vêm estações, vêm os ventos. Águia tem que enfrentar tempestades. E enfrenta. Fere-se, no período de cortar as nuvens. Atravessa a negrura do dilúvio e acha o azul-dourado de luz. Isso tudo para buscar o sol. Isso tudo para avistar o sol. A águia voa em direção ao sol, porque somente com o brilho que ele proporciona, ela pode enxergar... E não apenas ver. E voa, solitária. E vive, no horizonte vertical - planando, conquistando, adquirindo astúcia, sabedoria, esperteza e leveza também. Cresce, deslumbra, envelhece. A fraqueza do corpo e a temperatura desaquecida indicam a aproximação da morte. Mas águia não mostra seu fim. Vai para longe. Vai para o alto. Vai para o topo. Pousa, com o tronco erguido. E morre. Mais perto do sol.
Bárbara Ris


Mas os que esperam no SENHOR renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão. (Isaías 40:31)


Essa é uma composição de minha amada filha, talentosa, amada por Deus.

TE AMO FILHA!!

Simone Becker
                             

PELA GRAÇA SOMOS SALVOS 


                              

O Espírito Santo é o único capaz de convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo, nossa missão é apenas proclamar a Boa Nova. Não salvamos nem a nós mesmos, então, porque achamos que podemos salvar alguém? Paulo escreveu: Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. Cumprir a lei não nos traz a graça. A fé é o órgão receptor da graça. É a fé que faz a graça possível e nem isso vem de nós, é dom do Espírito Santo. A salvação não vem de obras, para que ninguém se glorie, pois Deus não acrescenta ônus ou bônus. Se fizermos é para gloria d'Ele que fazemos, se pecamos é para que a graça seja manifesta. Tudo por Ele e pra Ele. Portanto, não sejamos hipócritas como os fariseus, que se julgavam melhores que os gentios por cumprirem a lei. A lei e a circuncisão não salvam, a lei condena e a circuncisão na carne de nada serve, a verdadeira circuncisão é aquela que acontece no coração e essa ninguém vê, o único que a conhece é Deus. Então a graça nos permite pecar, para que a misericórdia de Deus seja ainda maior? Claro que não. Mas, agora, porém libertos do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação, e por fim a vida eterna. Fomos sepultados com Cristo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela gloria do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Mas, ainda se pecamos temos um advogado junto ao pai, Jesus Cristo, o justo e justificador. Fomos imputados por inocentes tendo Cristo morrido como culpado. Não há justos, nem um sequer. Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independente das obras da lei. Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça. Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo. Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Porque por estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem coisas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor. E eu, ainda, diria que nem julgamento humano; pois aquele que julga, também será julgado. Com a mesma medida com que medirdes, serás medido. Portanto, paremos de fazer eleição dos santos. A Bíblia diz que publicanos e prostitutas nos antecederiam no reino dos céus. Cuide cada um daquilo que é seu, para que não seja pego de surpresa e tenha do que se envergonhar. Faça aquilo que está em suas mãos pra fazer. Ame seu próximo como a ti mesmo. E não coloque sobre o outro o peso que não cabe a ele carregar. Pois Jesus levou sobre si todas as cargas, na cruz do calvário, inclusive as suas. Não se vanglorie, pois, dizendo-se justo e santo. Só há um justo e santo, a saber, Jesus Cristo, o Filho de Deus.