quinta-feira, 31 de maio de 2012


QUEM SOU EU?

Quem é esse do outro lado do espelho? Anos se passaram, e eu nem sequer o conheço. Estou com ele todos os dias, mas para mim é como se fosse um estranho. Às vezes tenho alguns fleches de memória, que me remetem à essência desse ser, mas em outras ocasiões parece-me desconhecido. Tenho convivido ano após ano, com essa presença tão presente em minha vida, no entanto, ainda não sei dizer ao certo quem ele é.

Tentando corresponder às expectativas do mundo ao meu redor, fujo da realidade refletida no espelho e me alieno de mim mesmo. Enxergo a imagem idealizada, e nego a incoerência, e a fragilidade que me escravizam. Minhas emoções fluem num turbilhão de sentimentos, nem sempre explicáveis. Não os consigo controlar, e sou sucumbida e levada pelas linhas escritas por eles. Não deveria a razão falar mais alto? Porque me deixo ser controlada por eles? Por que me escravizo? Preciso conhecer o ser no espelho. Quem é do outro lado? Essa é a resposta que procuro. Nesse embate entre esses dois seres, acabei criando uma personagem, quando enfim o conhecer, libertar-me-ei da cobrança de ser outra pessoa, e me reconciliarei comigo mesmo.
Emoções, palavra tão pequena para descrever tantas mudanças, ações, reações e consequências que nos acompanham todos os dias em nossas vidas. Consciente ou inconscientemente somos conduzidos por elas, nos direcionamos por elas, sofrimento e felicidade estão diretamente ligados ao resultado direto de nossa relação com elas.
Expressamos e nos calamos pela força delas, enfim, elas são parte do nosso ser, e de nossa existência.
A falta de compreensão de quem somos, de como fomos criados por Deus, e do papel de nossas emoções, faz com que não consigamos viver em paz, nem compreender a forma pela qual agimos. Somos seres emocionais, criados por Deus segundo a sua imagem e semelhança.
Na passagem bíblica que fala do encontro de Jesus com Marta e Maria, irmãs de Lázaro,(João 11); observamos Jesus homem, um ser totalmente emocional. Ao perceber a tristeza das irmãs e se deparar com a triste cena diante dele, Jesus se sente profundamente tocado. E por fim, ao ver o símbolo da morte, a sepultura de Lázaro, Jesus chora. Isso demonstra o comportamento profundamente emocional de Jesus, mas ainda que, sentindo a dor, ele não se deixa dominar por ela, mas reage a ela, reage diante dela, reage para transformá-la em oportunidade, Jesus tem o perfeito controle de suas emoções. Jesus experimentou, sofreu e lidou com todas as experiências humanas, por isso n’Ele, podemos encontrar nossas fontes emocionais e entender que fomos criados para perceber, interpretar e viver as experiências de nossas vidas, através da manifestação de nossas emoções. Sofremos quando as negamos, quando as aumentamos, quando não as compreendemos. É preciso que busquemos o caminho do equilíbrio, nos aceitando como seres emocionais, aprendendo a trilhar na perspectiva da graça de Deus, para lidar com nossas emoções.
Nossas emoções não são por si mesmas negativas. Elas funcionam como sistemas de alarmes que identificam que estamos experimentando situações diversificadas em nossas vidas, as formas como escolhemos em lidar com elas é que irão determinar se são ou não negativas.
Precisamos aprender a relacionar nossas emoções com as situações nas quais estamos vivendo, pois isso trará crescimento, amadurecimento, visão de novo começo. Não há como fingir ou mascarar nossas emoções. Quando tentamos fazê-lo, geramos processo doentio, onde sofremos, e fazemos os outros sofrerem. É necessário que as sintamos , mas não podemos nos deixar ser sucumbidos por elas.
Precisamos impor limites às emoções e sentimentos, não podemos ser dominados por eles. Nosso sistema racional precisa identificar, até que ponto, nossas emoções estão influenciando nosso comportamento, não podemos ser orientados por elas e sim pela nossa consciência e razão.

Ser dominados por nossas emoções é sempre mais fácil que tentar controlá-las, é preciso sentir e expressar, mas também é preciso aprender a lidar com essa cascata de sentimentos. Na carta de Paulo aos Gálatas, capítulo 5, versículo 22, está a real essência de uma vida regida pela razão. Paulo lista uma sequência de comportamentos, que são os frutos do Espírito, dentre eles, domínio próprio. É totalmente espiritual e vindo de Deus, a orientação de que dominemos nossas emoções e sentimentos e não nos deixemos ser dominados por elas. A razão precisa ser o carro chefe em nossa vida, e as emoções deverão vir na sequência. Possuímos um centro racional, criado por Deus, para aprendermos a lidar e por limites às nossas emoções. Por isso, elas não devem falar mais alto em nossa realidade.
O Rei Saul, foi dominado e levado por suas emoções e seu ciúme, pela prosperidade de Davi. Ele deixou ser dominado por elas, isso, fez com que surgissem sentimentos de insegurança, raiva, vingança. Suas emoções o tomaram de forma tão negativa, que o impediram de perceber que Davi era um aliado, e não queria de forma alguma usurpar seu trono. Saul passou a interpretar todas as ações de Davi de forma equivocada, e seu ódio bloqueou as possibilidades de crescimento em seu reinado. Isso estragou sua possibilidade de realização pessoal e manifestação da graça de Deus. Como consequência, sabemos o terrível desfecho dessa história, Saul perde seu reino, perde a seu filho, e perde a Davi. (1 Samuel 19)
Se Saul tivesse tido a maturidade, de separar suas emoções dos fatos, poderia ter percebido tantas verdades, e reagido de formas diferenciadas diante das circunstâncias, e então, teríamos um desfecho totalmente diferente dessa história.
Sabemos que, nossas emoções fazem parte de nós, e não vivemos sem elas. Elas nos impulsionam a ações e reações, mas sob a graça de Deus, podemos aprender a refletir sobre elas, e dominá-las, antes de sermos arrastados e desestabilizados por elas, provocando fontes de sofrimento e angustia a nós e aos outros.
Faz-se necessário um exercício diário, onde o autoconhecimento torna-se um grande aliado, na busca do equilíbrio.
Conhecer nosso temperamento faz com que saibamos agir, antes que nossas reações impulsivas venham à tona.
Olhar pra dentro de nós mesmos, sem hipocrisia, sem culpas e sem máscaras, na busca desse ser que, se emociona, age e reage, mas que é dotado de um sistema racional e inteligente, criado à imagem e semelhança daquele que é sobre tudo e todos, e nos criou seres capazes de controlar a nós mesmos, e a nossos impulsos.

“Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus mandamentos, para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o teu coração ao entendimento, e se clamares por inteligência, e por entendimento alçares a tua voz, se buscardes a sabedoria como a prata, e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria, da sua boca vem a inteligência e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para o retos, e escudo para os que caminham na sinceridade, guarda as veredas do juízo e conserva o caminho dos seus santos.” (Provérbios 2: 1 à 8)

Que Deus nos abençoe!

terça-feira, 29 de maio de 2012

VIVER EM FAMÍLIA

     


VIVER EM FAMÍLIA

Não escolhemos a família onde iremos nascer. Isso é dádiva de Deus.
Família é um grupo doméstico de pessoas, ligados por uma descendência. A família é unida por múltiplos laços, capazes de manter os seus membros moralmente, materialmente e reciprocamente, durante uma vida e durante as gerações. Dentro da família existem diferentes níveis de poder, de comportamento, de personalidade de um membro, que afetam e influenciam os outros membros da família. A família é um todo, onde cada um é parte.
A família também assume, ou renuncia funções de proteção, socialização de seus membros, em uma sociedade da qual pertence. A família é um organismo gerador de afeto, segurança e aceitação pessoal. Levando-se em conta que, dentro da família existirão pessoas de personalidades diferentes, comportamentos diferentes, opiniões diferentes; como mantê-la viva e saudável?
Quero trazer à luz da palavra, alguns requisitos básicos, necessários à saúde da família como instituição constituída e planejada por Deus.
Nossa casa precisa ser edificada sobre a rocha. “Todo aquele que ouve essas minhas palavras e as pratica, será comparado a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha.” (Mateus 7: 24)
Assim como o homem, a família também precisa estar edificada sobre a rocha, que é Cristo. O verso 25 do capítulo fala de chuva, rios e ventos, que viriam sobre a casa. Isso significa que podemos passar por lutas, desafios, crises, dificuldades, e a família não está isenta dessas intempéries. Como enfrentar tais situações se não tivermos um firme fundamento, onde permaneçamos  seguros?
O principal objetivo do inimigo é atingir a família, pois a ferindo, como consequência o Estado, a igreja, a escola e a sociedade como todo também é atingida. As estratégias de desestruturar as famílias são muito conhecidas, e muitas famílias tem vivido tais situações, como: prostituição, drogas, bebidas, consumismo, que leva ao endividamento, falta de tempo, falta de afeto, falta de amor, dentre outras. Os laços são armados e as famílias se sucumbem diante das armadilhas. Como consequência, vivenciamos uma sociedade degradada, por desintegração da estrutura familiar. Quando as tempestades batem à porta é preciso que tenhamos um alicerce forte, é necessário que tenhamos onde buscar sabedoria, refrigério e descanso, caso contrário estaremos frágeis, vulneráveis e volúveis. Na pratica é isso que vem acontecendo nos dias de hoje. Divórcios, separações, crianças abandonadas, violência, suicídio. As famílias têm vivido o caos e sob o caos. Metemos os pés pelas mãos, e nos rendemos facilmente, sem lutar.
O segredo para uma família bem sucedida, que vive em harmonia e em equilíbrio, apesar de diversidades e das dificuldades, que por certo todos nós enfrentaremos, está em, ouvir e praticar a palavra do Senhor. Nosso manual de instruções deve sempre ser lido e colocado em prática, a Bíblia. Nela encontramos todos os ensinamentos necessários à vida. Ela é nossa luz, e nossa bússola. É necessário que coloquemos em prática o que Jesus disse: “Novo mandamento vos dou: que ameis uns aos outros, como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros.” (João 13:34).
O amor precisa ser colocado em prática dentro da família. A palavra amor tem sido muito mal empregada. Amar não é optativo, é mandamento. “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus a quem não vê.” (I João 4:20)
Amar é exercer atos de misericórdia, é colocar-se no lugar do outro. É apesar de não concordar com algum comportamento, ou opinião, ainda assim respeitar o outro, e tratá-lo com afeto e carinho. É colocar em prática os frutos do espírito: mansidão, domínio próprio, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, alegria e amor. Se esses frutos não reinarem em nossas vidas, fracassaremos na família.
Praticar gestos de amor, isto é, anteceder-se à necessidade do outro, e ter sempre a verdade como bússola, não convivendo com a mentira, de forma alguma, são eficazes instrumentos para manter uma família saudável. A verdade sempre resistirá às pressões da calúnia e da falsa acusação. Não deixar o sol se por sobre nossa ira, é um remédio contra as mágoas. Palavras e atitudes podem criar raízes de amargura, por isso, se fazem necessários o diálogo e o compartilhar, antes que as raízes se fixem.
Amar sem buscar nossos próprios interesses, doar-se sem cobranças, quebra qualquer coração endurecido. Pague sempre o mal com o bem. Identifique-se com o outro, considere as vitórias ou necessidades como também sendo suas.
Esteja sempre pronto a ouvir, não julgue, mas ame.
Palavras brandas desviam o furor, calar-se evita contendas. A Oração abre o céu, e traz a benção. A fé sustenta, e faz o milagre acontecer.
É preciso que Cristo seja nosso modelo, nossa referência. É n’Ele que devemos buscar sabedoria.
A família é uma comunidade de amor, que precisa exercer influência na sociedade como todo. É na família que o ser humano amadurece como pessoa, que se estrutura e se vê como parte da sociedade.
Ame sua família, pois se você é parte dela, foi vontade de Deus que assim o fosse.


Que Deus nos abençoe!



                      

segunda-feira, 21 de maio de 2012

TIRA PRIMEIRO A TRAVE DO TEU OLHO!



TIRA PRIMEIRO A TRAVE DO TEU OLHO
“Mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado.” (1Coríntios 13: 10)

Caminhamos rumo à perfeição, somos obra inacabada, onde existem imperfeições e defeitos. Apesar de isso ser uma realidade, temos a tendência de vislumbrarmos a perfeição no contexto humano, o que é impossível. Ainda que ao homem tenha sido dada capacidade intelectual, inteligência e tantos outros atributos, ele é falho e sua obra também o é.
Toda criação feita por mãos humanas nunca será perfeita, assim como, o homem também não o é. Sabemos que máquinas falham, e são finitas em suas possibilidades, projetos nunca serão perfeitos, pois sempre haverá visões e posicionamentos de aspectos diferentes, e eles também falharão.
Então, porque será que exigimos perfeição das pessoas? Decepcionamos-nos com os tropeços humanos, e com nossos próprios tropeços. Exigimos do outro aquilo que é impossível de ser dado. Cobramos do outro, e muitas vezes de nós mesmos, uma fatura impossível de ser paga.

É fácil percebermos esse comportamento, quando olhamos para as igrejas. Pessoas pulam de galho em galho, em busca do perfeito, ou pelo menos, em busca do perfeito a seus olhos. Observem que Jesus escolheu os discípulos a dedo, no entanto, até mesmo aqueles homens eram falhos, ali existia traidor, covarde, brigão, incrédulo, frágil e tantos outros. Não existiriam homens assim dentro das igrejas? Igreja é lugar, onde enfermos são levados, ali haverá todo tipo de doença do corpo, da alma e do espírito. Haverá lobos no meio dos cordeiros, haverá, assim como, com os discípulos de Jesus, homens falhos. Esquecemo-nos que, estamos todos ali, com o mesmo objetivo, sermos tratados e adorarmos o que é perfeito, Jesus. A igreja perfeita só existirá, quando Jesus vier buscar sua noiva, e então, ela for assunta ao céu. Onde houver homens, haverá falhas.
Frustramo-nos em busca de uma família perfeita, em busca de filhos perfeitos, de amigos perfeitos, pais perfeitos. Isso é uma utopia. Existe no ser humano, uma tendência terrível, de sempre achar que a “grama do vizinho é melhor que a sua.” Isso, faz com que não valorizemos aquilo que temos, então, desprezamos, e não cuidamos, do que foi a nós confiados, por achar que não existe valor nas pessoas. Não agradecemos pela família, nem pelos amigos. Consequentemente não perdoamos, e temos uma dificuldade tamanha, com relação a este assunto, pois aceitar falhas é algo com o que temos dificuldade em conviver, como se fôssemos perfeitos. (Trataremos sobre esse assunto num próximo Post) Exigimos do outro algo que, nós mesmos não podemos dar. Cobramos aquilo que também não possuímos. E isso se torna um círculo vicioso, à medida que, a reciprocidade é verdadeira.
É preciso que tomemos consciência da falibilidade humana. Pois, ainda que, o homem seja o mais sábio, o mais ungido, o mais temente a Deus, ainda assim, será obra imperfeita, inacabada e falha. Se depositarmos nossa confiança em homens, frustraremos, se o nosso padrão de referência for humano, tolos que somos, pois só há um perfeito, Jesus, o qual deve ser nossa referência. Jesus é o exemplo a ser seguido, Ele é nossa fonte inspiradora. É necessário que nossa atenção esteja voltada para Ele, e que paremos de apontar o dedo na cara do outro, e olhemos para nós mesmos.
“Por que vês tu, o arqueiro no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu olho? Ou como dizes a teu irmão: Deixa-me tirar-te do teu olho o arqueiro, quando tens no teu uma trave? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás como hás de tirar o arqueiro do olho do teu irmão.  (Mateus 7: 3 à 5)

Precisamos concertar nossas vidas. Examinemo-nos, como se mirássemos num espelho, transportando-nos para fora de nós mesmos, e considerando-nos como somos vistos pelo outro. O orgulho leva o homem a disfarçar seus próprios defeitos, e achar que os do outro são sempre maiores, como forma de se sentir melhor, e não precisar se humilhar, nem submeter-se à sua própria consciência. Se quisermos mudar as pessoas, necessário se faz melhorar primeiro a nós mesmos. Se exigimos atitudes perfeitas do outro, é preciso que mudemos as nossas atitudes. Examinemo-nos a nós mesmos, para que tornemo-nos pessoas melhores, e paremos de buscar no outro, aquilo que em nós também não há.
Se existem dez defeitos em você procure ter cinco, e assim caminhemos de glória em glória, rumo à perfeição. E perdoe as falhas do outro, assim como as suas têm sido perdoadas, e já foram pagas na cruz do calvário.

“Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós.” (1 João 1: 8)

“E Jesus lhe disse: Porque me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus.” (Marcos 10:18)

“Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.” (Romanos 3: 10)

Que Deus nos abençoe!




                

sábado, 19 de maio de 2012

SOBRE AS ÁGUAS



SOBRE AS ÁGUAS
"E logo ordenou Jesus que os seus discípulos entrassem no barco, e fossem adiante para o outro lado, enquanto despedia a multidão." (Mateus 14:22)

É interessante observar que, Jesus dá uma ordem para os discípulos, de que eles entrassem no barco e fossem para a outra margem, entretanto, Jesus não os adverte de que enfrentariam uma tempestade. O barco já estava no meio do mar, quando foi açoitado pelas ondas, porque o vento era contrário. Dirigiu-se Jesus então para eles, andando por cima do mar. Os discípulos vendo-o assustaram-se, achando que era um fantasma, e gritaram com medo. Jesus, porém, falou logo dizendo: "Tende bom ânimo, sou eu, não temais."
“E respondeu-lhe Pedro, e disse: Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas. E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus.” (Mateus 14: 28, 29)
Seguimos a ordem de Jesus, entramos no barco e estamos indo em direção à outra margem. É certo que nesse percurso enfrentaremos calmarias, ventos e tempestades. Jesus não nos prometeu uma vida sem tribulações ou dificuldades, Ele disse que no mundo teríamos aflições, mas que tivéssemos bom ânimo. Jesus caminha em nossa direção, mas muitas vezes duvidamos, nossa fé é deveras pequena, não o reconhecemos. Mas existe a promessa de que Ele estaria conosco, de que Ele nos encontraria do outro lado. Ele apenas dá uma ordem: Entre no barco.
O que mais me chama atenção nesse texto é o fato de Pedro ir ao encontro de Jesus, andando por sobre as águas.
No momento em que Pedro ouve a ordem de Jesus dizendo vem, ele se lança no mar. As circunstâncias ainda eram as mesmas, o vento soprava contrário, e o mar estava revolto, ainda assim ele andou por sobre as águas. A grande diferença agora é que, a perspectiva de Pedro diante das circunstâncias mudou. Seus olhos não mais se fixavam no problema, mas estavam fixos em Jesus, ele creu que poderia andar sobre as águas seguindo a ordem de Jesus, e andou. Ele enxergou a possibilidade de caminhar no sobrenatural.
Quando nos fixamos apenas nos problemas, e nossas perspectivas a respeito deles são equivocadas e pessimistas certamente seremos tragados, ainda que eles sejam pequenos.  Se nunca vislumbrarmos o sol, por certo o céu permanecerá encoberto. Os tamanhos dos problemas em si não dizem muito, a chave de não sermos sucumbidos por eles está no fato de como nós os enxergamos, é a nossa perspectiva que faz a diferença entre vencer ou perder.
Podemos encarar as adversidades como uma forma de se chegar à vitória, como uma forma de crescimento, como tratamento de Deus ou até mesmo como uma nova oportunidade. Afinal, as vitórias só existem, porque existem as lutas.  Sempre há algo a se aprender quando passamos por tribulações. É necessário que nossa forma de vivenciar problemas seja sempre sobre a perspectiva da fé, que é a firme convicção de fatos que se esperam e que não se vêm. O resultado final que se vislumbra, somado à presença de Jesus e à nossa fé, é o que trará a vitória.  A realidade momentânea, nunca é o resultado final, ela nunca traduz o que por certo virá. Lembre-se que, o final de cada dia, trás consigo a proximidade da vitória. Se nosso olhar pessimista e incrédulo for tudo o que tivermos, infelizes que somos.  Nada é em vão. A bíblia diz que há propósito para todas as coisas. Por isso nossos olhos precisam estar em Jesus, pois, se tirarmos nossos olhos d’Ele, certamente afundaremos, assim como aconteceu com Pedro. No momento em que as circunstâncias falaram mais alto ao seu coração, ele temeu, tirou os olhos de Jesus, e começou a afundar. Ainda assim, ele clamou por socorro e Jesus o resgatou.
Precisamos conhecer e crer no Deus a quem servimos. Erramos por não conhecê-lo, por não confiarmos na sua palavra. Se ele diz que encontrará conosco do outro lado, é certo que estaremos lá, não seremos sucumbidos. Se Ele diz vem, é certo que, poderemos andar sobre as águas, independente dos ventos contrários. Deus não é homem para mentir, nem filho de homem para que se arrependa.
Tempestades vêm e vão, mas a palavra de Deus permanece. Ele é fiel para cumprir a Sua palavra.

“Os que confiam no Senhor são como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre.” (Salmo 125: 1)

Que Deus nos abençoe!





sexta-feira, 18 de maio de 2012

OLHAI OS PÁSSAROS



OLHAI OS PÁSSAROS

É fato que vivemos em um mundo capitalista, onde o mercado dita as normas de consumo e de comportamento.  Somos bombardeados pelas vozes publicitárias em todo o tempo. Os meios de comunicação vendem seus peixes, aos consumidores mais vorazes, e também aos que precisam consumir. Sem tomarmos consciência, somos envolvidos por esse mercado.
Para tornarmos consumidores cada vez mais assumidos, despendemos nossas preciosas horas na busca do elemento central da economia, o capital, que pode ser entendido como dinheiro. Que para o mero consumidor destina-se à satisfação das necessidades pessoais, o que não quer dizer necessidades básicas de sobrevivência, pois o conceito de necessidade pessoal pode variar de indivíduo para indivíduo, dependendo de sua cultura, classe social, etc. Para o mercado de produção, comércio e serviços, esse capital tem a finalidades de gerar lucros, cada vez maiores, que acabam por concentrar riquezas nas mãos das minorias privilegiadas, gerando contradições sociais.
Somos escravos do mercado consumidor, e vivemos sobre a tutela do comprar e pagar. Contas se amontoam em nossas gavetas; a fatura do cartão, a escola das crianças, a prestação do carro, a boleta do aluguel, a boleta do condomínio, o carnê da compra da nova TV, a fatura da academia, contas e mais contas. Sofremos comichão por comprar o último lançamento do mercado. Perdemos o sono, nos tornamos escravos da balança, ficamos anoréxicos, bulímicos, estressados, deprimidos, ansiosos, prisioneiros do medo. Nossa alma se consome frente à busca desenfreada do ter, do possuir, e dos prazeres. Buscamos fuga nos remédios, no álcool e nas drogas. A violência e a corrupção se alastram, como consequência dessa busca que escraviza. Adoecemos.
Tornamos-nos presas fáceis nas mãos do inimigo, que suga nossa lucidez, nosso tempo, nossa paz, nossa saúde, nossa dignidade, nossa vida. E convivemos com um gatilho apontado para nossa cabeça, pronto a disparar o tiro de misericórdia. Muitos se perdem, muitos se matam, muitos se desencantam, sem alívio e socorro. E se repete o ciclo vicioso, assim como a mudança das estações.
Até quando? Quando veremos além? Quando olharemos para os pássaros, que não semeiam nem segam, nem ajuntam em celeiros, e nosso pai os alimenta? Não temos nós muito mais valor que eles? Porque andamos ansiosos, pelo que havemos de comer, ou beber, ou vestir?  Não é a vida mais que tudo isso? O que adianta ao homem ganhar o mundo e perder sua alma? Não há como servir a Deus e às riquezas e prazeres desse mundo. Se buscarmos o que é perecível, pereceremos. E assim caminha a humanidade, escrava do dinheiro, dos bens, e dos prazeres. Amiga do mundo e inimiga de Deus.
É necessário que abramos nossos olhos, pois, é certo que Deus sabe de tudo quanto precisamos, e também sabe que, é digno o trabalhador do seu salário, mas, “Buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6: 33)
Se deixarmos Deus ser o primeiro nas nossas vidas, se nos agradarmos Dele, Ele satisfará o desejo do nosso coração. Nosso prazer precisa estar no Senhor, as outras coisas, por certo virão. Façamos aquilo que estiver em nossas mãos para ser feito, e deixemos que Deus faça aquilo que só compete a Ele fazer.
Não desperdice sua vida, ela é única. Não permita que o gatilho permaneça apontado para sua cabeça, “acorda ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos.” (Efésios 2:1)

“Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajunteis tesouros no céu, onde nem a traça, nem a ferrugem consomem, e os ladrões não minam nem roubam. Porque, onde estiver o vosso tesouro, ai também está o vosso coração.” (Mateus 6: 19 – 21)




                    

quinta-feira, 10 de maio de 2012


SEM FÉ É IMPOSSÍVEL AGRADAR A DEUS



“Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim!” Ela era apenas uma simples mulher Cananéia, gentia, não tinha vez, nem voz, foi desprezada pelos discípulos, que a queriam despedir, mas, seu desesperado coração de mãe, ansiava por um milagre. Por certo, ouvira falar de Jesus e de seu poder, e Ele era a resposta que ela precisava. Então, ela clama. Mas, naquele momento, Jesus age de uma forma diferente, parecia haver uma insensibilidade, por parte de Jesus, com relação àquela mulher. Ele diz: “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel”. Era a primeira vez que Jesus se recusava a estender sua mão. Mesmo depois de ter recebido uma resposta negativa, sem amedrontar-se a mulher se ajoelha diante de Jesus e clama por socorro. Aquela mulher, não se constrangeu com a atitude de Jesus, ela não se calou, mas “o adorou, dizendo: Senhor, socorra-me!” E mais uma vez, parecia que Jesus não se importava: “Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-los aos cachorrinhos”. Aquela mulher poderia ter se sentido ofendida, poderia ter blasfemado e se afastado de Jesus, pois afinal, Jesus a comparou a um cachorrinho, seu pedido era justo. A resposta dela se move além das barreiras da divisão étnica, cultural, religiosas, de gênero e política, para as possibilidades que permanecem firmes às promessas de Deus de abençoar todas as nações da terra. Existia uma fé inabalável no coração daquela mulher, que a fazia ter consciência de que ainda que ela fosse um cachorrinho, e pudesse se alimentar apenas das migalhas que viessem da mesa de Jesus, isso se tornaria mais que suficiente para fazer com que ela evidenciasse o milagre em sua vida. Aqui se concentra a força dessa história: a mulher não se intimida pela resposta de Jesus. Ao invés, ela, com astúcia e corajosamente reformula a resposta de Jesus: “Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos. E então, Jesus diz: “Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã.”

Não é o desespero de uma mãe que faz com que Deus venha em socorro do homem, mas sim a confiança em Deus, isso sim, move a mão de Deus.
Muitos que seguiam Jesus possuíam necessidades semelhantes à da mulher Cananéia, porém, aquela mulher se destacou da multidão por reconhecer duas verdades essenciais: que Cristo era o Filho de Davi, concomitantemente, O Senhor. O povo de Israel era dado a ouvir as Escrituras, mas estava aquém da mulher Cananéia que, ao ouvir acerca de Jesus deu crédito e clamou pelo Filho de Davi, e O adorou. O diferencial da mulher está no fato de que ela ouviu e creu, enquanto que a multidão que seguia Jesus via os milagres, examinavam as escrituras, e concluíam que Jesus era apenas um profeta. Rejeitaram a Cristo, de modo que não obtiveram vida.
Aquela mulher rasgou seu coração, quebrou-se, e se humilhou, diante do Rei dos Reis. Sabemos que a fé vem pelo ouvir e ouvir a palavra de Deus, o que aquela mulher ouviu a respeito de Jesus foi suficiente para crer. Ela creu e viu a glória de Deus. “Se creres verás a glória de Deus.”(João 11:40). Ela usou a melhor maneira de agradar a Deus, buscou a Deus pela fé e pela adoração de forma completa e total.
A fé daquela mulher, fez com que os céus se abrissem diante dela. Ela não desistiu diante da palavra dura de Jesus, ela insistiu. Ela o adorou suplicando que Ele julgasse sua causa. A humildade, a fé, e a adoração da mulher, moveu o coração de Jesus. Não sua causa em si, mas sua atitude.
Eis aqui um dos exemplos a ser seguido, perseverança e fé, pois, sem fé é impossível agradar a Deus. Que adoremos ao Senhor, independente das circunstâncias. Aquela mulher passava por momentos difíceis, mas ainda assim ela se rendeu aos pés de Jesus, ela o adorou, apesar da sua dor. Ela tinha a plena certeza de que Jesus era a resposta, que Jesus era o Senhor, que Jesus era o filho de Deus, e porque creu, se humilhou e o adorou, obteve o milagre.
Que Deus nos abençoe!
“Por isso vos digo: Pedi e dar-se-vos-á, buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á. Pois todo que pede recebe; o que busca encontra, e a quem bate abrir-se-lhe-á.” (Lucas 11: 9)

terça-feira, 8 de maio de 2012

CINCO PÃES E DOIS PEIXINHOS

             



CINCO PÃES E DOIS PEIXINHOS

Certa vez, dirigindo uma reunião de célula, uma senhora, que eu não conhecia, convidada de um participante da célula, entregou-me uma revelação.
Sempre fui muito cuidadosa com relação a revelações, pois a bíblia diz em 1 João 4 :1 “ Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora.”
Entreguei a Deus aquela palavra, na certeza de que “Deus não é homem para mentir, nem filho de homem para que se arrependa”. Tinha a convicção de que se Deus havia falado, tudo iria se cumprir. Em uma tarde, passado aproximadamente um ano e meio, uma voz suave, mas firme, falou ao meu ouvido: Escreve. Pensei, escrever, o que? Naquele exato momento, vários versículos bíblicos começaram a vir à minha mente. E aquela voz ficou falando-me, durante toda aquela tarde. Na manhã seguinte, logo após levantar, a voz, mais uma vez, falou-me: escreve. Tomei o papel, e comecei a escrever. As palavras vinham à minha mente de uma forma sobrenatural, pois eu nem sabia ao certo o que escrevia. Após concluir o texto, comecei a lê-lo, um grande temor invadiu meu coração, pois aquelas palavras não vieram de mim, eu não poderia tê-las escrito. E a profecia começou a se cumprir ali. Deus havia me dito que eu escreveria, e viajaria o mundo. Como poderia, no momento que recebi a revelação ter realmente crido? Duvidar era a primeira opção que eu tinha. Nunca fui escritora, escrevia apenas algumas letras de músicas. Quem era eu afinal, para ser usada daquela forma? Porque Deus usaria a mim? Afinal, existiam muitas outras pessoas mais capacitadas que eu.
Se você tem lido as devocionais contidas aqui nesse blog, e elas têm abençoado sua vida, saiba que, tudo isso é cumprimento de uma profecia. Deus havia dito que, usaria minha vida para abençoar milhares de pessoas em toda a terra. Hoje meu blog tem sido acessado por milhares de pessoas, de vários continentes. Países onde eu nunca poderia imaginar que estaria, mas que através da revelação do Espírito, em posso chegar através da internet. Algo que aos meus olhos parecia impossível, aos olhos de Deus era perfeitamente possível. Deus não estava se importando com meus “achismos”, de que eu não era capaz, pois para Ele não existem impossíveis, nem existe insuficiência. Ele é suficiente.
Isso me faz lembrar a primeira multiplicação dos pães, quando uma multidão faminta seguia Jesus, e não havia o que comer. Jesus disse aos discípulos que eles mesmos dessem de comer àquelas pessoas, mas eles responderam que, só havia ali cinco pães e dois peixinhos. E Jesus disse: Trazei. E tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a relva, tomando os pães e os peixes, erguendo os olhos aos céus os abençoou. Depois, tendo partido os pães deu-lhes aos discípulos, e estes, às multidões. Todos comeram e se fartaram; e ainda sobraram doze cestos cheios.
Como podemos saber os detalhes de um milagre? Parecia tão pouco. Sempre achamos que o que temos é muito pouco, olhamos para a nossa impotência e nossa incapacidade, e esquecemos que todo dom gratuito vem de Deus. Que todas as coisas só existem e subsistem por causa d”Ele. Um Deus que transforma o pouco em mais que suficiente. Não nos dispomos por nos acharmos incapazes.
Talvez hoje, você olhe para aquilo que você tem nas mãos, e pense que é pouco. Você pode até achar que não há algo a oferecer, mas saiba que, com Jesus o pouco é muito. Tudo que você precisa você já tem, basta colocar à disposição de Jesus, basta colocar nas mãos d’Ele e deixar que Ele use aquilo que parece pouco a seus olhos. O problema é que não nos dispomos, é que não cremos no poder de Deus. Um Deus que usa àquele que Ele quer, da forma que Ele quer.
Jesus alimentou uma multidão, com apenas cinco pães e dois peixinhos. A incredulidade dos discípulos não os deixou perceber que, o mesmo Jesus que havia transformado água em vinho, que havia curado e libertado pessoas, poderia multiplicar pães e peixes. 
O mesmo Jesus que fez todos estes milagres, é o mesmo Jesus que pode usar nossas vidas, que pode transformar aquilo que temos, em quantidade suficiente para alimentar uma multidão. Basta que nos entreguemos. Que entreguemos nossos dons, nossos talentos, nosso tempo, é preciso que não retenhamos nada, pois de fato, nada nos pertence, tudo foi dado por Ele. É Preciso que permitamos ser usados. Fomos feitos por Ele e para Ele. Para que Sua glória seja revelada em nós, e através de nós.
O maná foi dado ao povo, no deserto, dia após dia, e cada um colhia a quantidade necessária para saciar sua fome. E ainda hoje, o pão vivo nos é dado, dia após dia. Precisamos colhê-lo todos os dias, o que recebemos de Deus é proporcional à fome que temos d’Ele. Muita fome, muito de Deus. Pouca fome, pouco de Deus. Qual tem sido a intensidade da sua fome?
Deus deseja saciar-nos e encher-nos. Fazer de nós vasos de honra, para que a Sua glória seja manifesta ao mundo.
Jamais podemos nos considerar incapazes, essa é uma mentira diabólica, para nos fazer parar, para impedir o agir de Deus. Deus quer agir através de cada vida.
“Não que por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus, o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica.” (2 Coríntios 3: 5,6)

Lembre-se que Deus não escolhe os capacitados, mas Ele capacita os escolhidos. Você foi escolhido como parte dessa engrenagem, criado com uma finalidade específica no corpo, que é a igreja de Cristo, para fazer diferença nesse mundo tão carente de Deus. Todas as partes desse corpo, bem ajustadas, trabalham unidas com um mesmo propósito, pregar o evangelho e fazer discípulos de todas as nações.

Que Deus nos abençoe!

sexta-feira, 4 de maio de 2012


ÉS MESMO O FILHO DE DEUS?
 “A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.”(Mateus 4:1)
Deserto é uma região em que ocorre pouca quantidade de chuva, em virtude dessa situação climática, a umidade do ar é muito baixa e pouca vegetação se desenvolve.
O solo do deserto é pouco fértil e formado principalmente, por areia e rocha. Durante o dia as temperaturas costumam ser bastante elevadas, e a noite muito baixas. Nessas condições, a vida torna-se complicada para seres humanos e outras espécies. É lugar hostil, de dor e sofrimento.
Tendo em vista tudo isso, constatamos que estar em um deserto não é uma situação confortável, pode ser muito perigoso e levar uma pessoa à exaustão e consequentemente à morte. No deserto ficamos fragilizados e vulneráveis.
No deserto não há estradas, placas de sinalização. Estar no deserto é estar no limite. Tudo o que se almeja no deserto, é sair dele. Sem uma bússola, é impossível sair do deserto.
Deserto é lugar de passagem. O povo de Israel esteve de passagem pelo deserto, apesar de terem permanecido por quarenta anos, aquele não era seu destino final, havia a promessa da terra prometida, e após quarenta anos, o povo conquistou a promessa.
Espiritualmente falando, duas situações nos levam ao deserto, nossos erros e pecados, ou a permissão do Senhor.
Quando Jesus foi levado ao deserto para ser tentado, debaixo da permissão de Deus, Satanás usou todas as suas estratégias para persuadi-lo. Satanás sabia que Jesus era o Filho de Deus, mas também sabia que Jesus era homem e assim como todo homem, poderia ser vulnerável às fraquezas da carne.
Três estratégias de Satanás para sucumbir-nos no deserto:
1º Dúvida - “E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome; e chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és mesmo o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.” (Mateus 4:2,3 )
“Se tu és mesmo...”. Satanás sabia quem Jesus era, ele sabia que Ele era o Filho de Deus, ele esteve com Deus antes mesmo da fundação do mundo. Jesus era cem por cento Deus, e cem por cento homem. Tinha todas as necessidades básicas de sobrevivência de um ser humano. Ele estava com fome, estava fragilizado. Jesus sabia que se ele ordenasse, as pedras se tornariam em pães. Usando dessa prerrogativa, Satanás tentou  persuadi-lo: se ele poderia fazê-lo, porque então não o fazia? Então, era ele mesmo o Filho de Deus? Naquele momento a necessidade de Jesus era a fome.
Usando dessa mesma estratégia, ele tenta nos persuadir, colocando dúvidas nos nossos corações, diante da nossa necessidade no deserto. Onde está teu Deus? Você é mesmo filho de Deus? Porque você está passando por isso? Deus não te escuta? Deus não irá de socorrer? Deus não te ama? Deus existe? Dentre outras.
Então, nossos corações se enchem de temor, fazendo com que cheguemos à exaustão. Se deixarmos nos sucumbir pelas dúvidas, ficaremos entregues às suas garras vorazes, prontas a nos consumir e nos arrastar juntamente com ele para morte.
2º Sugestões - “Então o diabo o transportou à cidade santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo, E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a tu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra.” (Mateus 4: 5,6)
Satanás deturpando a palavra, sugeriu a Jesus que pulasse, colocando a palavra de Deus à prova. “Não ponha à prova o Senhor teu Deus.”(Lucas 4:12). Se Jesus seguisse a sugestão de Satanás ele iria cair em pecado.
No deserto, diante da nossa fragilidade, Satanás, enviará sugestões até nós. Palavras mentirosas, usando até mesmo a palavra de Deus, usando pessoas. Vai nos sugerir que tenhamos ações contrárias à vontade de Deus, que façamos aquilo que Deus jamais nós diria para fazermos. Vai nos bombardear com palavras mentirosas, para sairmos do deserto. Vai usar de todas as suas estratégias, para nos fazer pecar. Não se esqueça, ele é o pai da mentira.
3º Ofertas - “Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles, E disse-lhe: Tudo isso te darei se, prostrado, me adorares.” (Mateus 4: 8,9)
Satanás não era dono de nada, no entanto, tentou oferecer a Jesus a glória desse mundo. Tentou oferecer a Jesus, àquele que com o Pai criou todas as coisas, algo que nunca pertenceu a ele (o diabo).
Dessa mesma forma, Satanás apresentará as bandejas, diante de nós, requerendo apenas que o adoremos. É uma troca aparentemente fácil, basta prostrarmos diante dele. Qual bandeja te seduz?
Satanás conhecia Jesus, e ele conhece você, e suas fraquezas. Ele colocará diante de você algo de encher os seus olhos. Oferecerá saída rápida e fácil, oferecerá alivio momentâneo, alegria passageira. Você estará se curvando diante dele, no momento em que aceitar sua oferta. Isso dará a ele, legitimidade de agir na sua vida. É como se você estivesse dando a Satanás uma procuração, concedendo a ele plenos poderes, sobre tudo que se refere a você. Não se esqueça, o Diabo veio para roubar, matar e destruir. Essa procuração outorgará a ele, o poder de destruir você, sua família e tudo o que te diz respeito.
O que mais me alegra nessa passagem, e diante dessa verdade e saber que:
“Então o diabo o deixou; e, eis que vieram os anjos e o serviram.” (Mateus 4:11)
Jesus, não cedeu a nenhuma das tentações de Satanás, ele sabia que o pai não o abandonaria. Ele conhecia a promessa.
Deus já tinha tudo preparado, os anjos trouxeram o banquete que continha tudo o que Jesus necessitava.
“Sujeitai-vos, pois, a Deus, e resisti ao Diabo e ele fugirá de vós.” (Tiago 4:7)
Todos nós enfrentamos ou enfrentaremos desertos. O povo de Israel enfrentou o deserto. Mas, assim como Deus trouxe a provisão para o povo, no deserto, é certo, que ele tem provido todas as coisas para nós, ainda que, no meio do deserto.
Paulo escreveu na carta aos Coríntios:
“E para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo.” (2 Coríntios 12: 7-9)
Paulo não era masoquista, ele não sentia prazer nas dores e tribulações, mas ele sabia que Deus estaria o suprindo, em todas as coisas que ele precisasse diante das dificuldades, quer elas fossem de ordem emocional, espiritual, física ou material. A graça de Deus estava sobre ele, e o poder de Deus o aperfeiçoava em suas fraquezas, o capacitava para a batalha.
Há uma terra prometida além do deserto. O deserto é lugar de passagem. Deus já deu ordem aos seus anjos, para trazerem a provisão que supri a sua necessidade. Eles o servirão.
Não se deixe persuadir pelas mentiras de Satanás, nem por suas ofertas. Confie que, o Deus que supriu o povo no deserto, é o mesmo Deus que supri a sua necessidade, é o mesmo Deus que vê a sua dor e ouve a sua súplica.
Que Deus nos abençoe!