O DESTINO MANIFESTO, MISSÃO E SINCRETISMO BRASILEIRO

A doutrina do "Destino Manifesto" , é uma filosofia que destinava o povo dos Estados Unidos como um povo eleito por Deus para comandar o mundo. Essa filosofia teve início no século XVII, na Alemanha, com o surgimento do movimento pietista, e no século XVIII, na Inglaterra, com o movimento metodista, liderado por John Wesley. Trazia uma religiosidade fortemente mística, que buscava a pureza e o contato mais direto com Deus, sem intermediações. Ela deseja reformar a igreja, combatendo sua letargia e suas práticas consideradas mundanas. O movimento pietista e o puritano se casam na Inglaterra, o movimento puritano dava ênfase à experiência da conversão como critério para plena admissão na igreja, os convertidos deveriam aceitar as doutrinas puritanas e viverem com integridade, e também testemunhar diante dos irmãos que haviam experimentado a graça redentora de Deus.

Muitos de seus adeptos migraram para os Estados Unidos, na crença de ser ali a "Nova Jerusalém", a "Nova Canaã", a terra que mana leite e mel. Essa primeira geração acreditava que Dentro dessa perspectiva, esse povo escolhido por Deus, tem o dever e o direito de conquistar terras e catequizar os incrédulos e perdidos. No século XIX a missão pietista avançou nas terras tupiniquins da América Latina. A chegada do pietismo e puritanismo no Brasil trás na bagagem o moralismo, o misticismo, o ascetismo (estilo de vida austero que, define suas praticas como virtuosa e perseguem o objetivo de adquirir uma grande espiritualidade. Acreditam que a purificação do corpo ajuda a purificação da alma, e de fato a obter a compreensão de uma divindade ou encontrar a paz interior). Essa junção, agregada ao sincretismo religioso brasileiro, se converterá nas muitas doutrinas espalhadas no solo verde amarelo. 

Essa herança ainda ronda e se perpetua no nosso cenário religioso, carregado de legalismo e ascetismo. Sem contar o misticismo, que aqui, encontrou terreno fértil, aliando-se à religiosidade indígena, africana e católica, convertendo-se no emaranhado do sincretismo religioso brasileiro. 

Nossa igrejas estão carregadas dessa doutrina, mística, sincrética, ascética, que prega o recebimento das benesses, como forma de recompensa moral e ascética. A dicotomia entre mundo e igreja. Puro e impuro, santo e profano.

Essa doutrina anula a graça e aliena. Seus seguidores tornam-se neuróticos, em busca das benesses de seu deus, como forma de recompensa por seus atos de bondade e pureza moral. 

A graça é invalidada, pois a benção tornou-se o mérito. 

Essa é a dura realidade do protestantismo no Brasil.

É preciso ler e reler a Carta de Paulo aos Romanos, a mesma que impulsionou Lutero a reformar a igreja, a mesma que aqueceu o coração de John Wesley e provocou o renascimento da igreja na Inglaterra no século XVIII. 

A carta de Paulo aos Romanos é um compêndio do saber. É a doutrina da graça revelada em Cristo. Graça imerecida, disponível para todos quanto o receberem. Graça comum, pois a chuva vem sobre bons e maus, e graça especial que nos alcançou, não por merecimento, ou pelo nosso valor, mas pelo valor de Cristo morto na cruz e ressurreto, para que tivéssemos vida através d'Ele.

Que Deus nos abençoe!