quinta-feira, 17 de outubro de 2013


O PROBLEMA SOMOS NÓS




                                   

Ontem tive a oportunidade de entrevistar uma das fundadoras da Igreja Caverna do Adulão em BH. A história da Igreja é muito bonita. Tudo começou no Rock In Rio 1985, quando ela e o marido foram evangelizar. Desde então, a Igreja tem crescido e alcançado muitas vidas, numa sociedade onde a exclusão é real. 

Ao perguntar para a Tânia, o que mudou nesses últimos tempos na questão do evangelismo e da Igreja. Não fiquei surpresa, que sua resposta fosse: Piorou.

Segundo ela nas décadas passadas falávamos de Jesus, e isso tinha relevância, isso movia o coração das pessoas e trazia transformação.

Hoje o evangelho está banalizado, ser crente ficou fácil, a oferta é grande.
Fiquei refletindo o porquê de possuirmos tamanha facilidade nos dias de hoje para anunciar o evangelho, contamos com tantos aparatos para nos auxiliar, e ainda assim, tudo piorou.
Infelizmente, cheguei à triste conclusão de que o ser humano prefere mesmo as dificuldades, as facilidades muitas vezes se tornam empecilho.
Nos tempos em que tudo era mais difícil, nos tempos em que ser crente era ser motivo de chacota, nos tempos em que ser crente requeria testemunho de vida, o evangelho possuía credibilidade, pois as pessoas realmente viam nele a possibilidade de transformação, viam a verdade.
Hoje as cartas que trazemos escritas em nós, cartas vivas, falam de um pseudo-evangelho, um pseudo-cristianismo, algo que é vendido barato, uma oferta maior que a demanda, por isso se torna objeto de desdém.
As pessoas têm trocado a simplicidade do cristianismo, por coisas confusas e abstratas. O simples é considerado refugo, e descartável. Por isso o ser humano, perdeu a sensibilidade frente ao evangelho, ele é simples, Jesus é simples, Ele se doou, Ele se deu, e isso pode soar como algo banal. Num mundo onde tudo se compra, onde tudo é descartável, buscamos comprar o que nos parece mais caro, pois nos parece mais importante, dá status, tem glamour.
O evangelho não traz glamour, ele fala da cruz, ele oferece a cruz. E não estamos dispostos a pagar esse preço, não queremos a cruz, queremos o céu na terra, queremos o que o reino terreno pode nos oferecer, riqueza, poder, fama, status, aparência. Por isso tudo piorou. É isso que temos oferecido não Cristo, não o verdadeiro cristianismo. Isso faz com que a pregação do verdadeiro evangelho não surta muito efeito, pois existe um pseudo-evangelho sendo proclamado e esse parece ser bem mais interessante aos olhos daqueles que o recebem.
O pseudo-evangelho retira do Cristianismo a “Cruz” que é o seu referencial e sua base. Sem cruz não existe cristianismo.
Segundo a Tânia, muitos que chegam à Caverna se decepcionam, pois na realidade, existe uma falsa ilusão de que lá tudo é diferente, mas ao chegarem percebem que o evangelho pregado é o de Cristo, que não é uma caverna (de fato), que não toca só rock, que não tem só gente doidona, mas que ali se reúnem pessoas normais, pecadores, carentes de Deus e que estão dispostas a o adorar, percebendo isso as pessoas não voltam. As pessoas tem esperado encontrar sei lá o que. O que o ser humano tem procurado? O cristianismo é imutável, Cristo não muda, Ele é o mesmo. Ainda que contemos com os meios de comunicação, com a era digital, ainda assim, Cristo não mudou. O problema não é Cristo, o problema é que Cristo tem sido pregado e proclamado. O problema somos nós. O problema é a carta, a carta viva, que a muito se encontra moribunda e prestes a morrer.
Que Deus nos abençoe, e nos ajude!

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