sábado, 4 de maio de 2013



A SÍNDROME DE JONAS


“E veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai dizendo: Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim. E Jonas se levantou para fugir de diante da face do Senhor para Társis; e, descendo a Jope, achou um navio que ia para Társis, pagou, pois, a sua passagem e desceu para dentro dele, para ir com eles para Társis, de diante da face do Senhor.” (Jonas 1. 1 à 3)
Não somos nós que escolhemos a Deus, mas é Ele quem nos escolhe. Temos uma ideia equivocada quanto a isso, pois achamos que temos a poder de escolhermos Deus. Para que pudéssemos ter a percepção do pecado, da justiça e do juízo foi preciso que o Espírito Santo nos tocasse, sem isso seria impossível o novo nascimento.
Deus tem chamado a cada um de nós e a cada um tem dado uma missão específica; para cada um de nós Deus designa uma Nínive; o problema é que muitas vezes queremos ir para Társis, não obedecemos.
É certo que possuímos o livre arbítrio, o direito de escolha, mas também é certo que nossas escolhas não nos dão direito a escolhermos as consequências. Deus tem o domínio sobre todas as coisas. A escolha é nossa, mas o que virá está fora de nosso controle, pois todo o controle está nas mãos de Deus.
Quando Jonas decide desobedecer ao chamado que Deus já havia determinado para sua vida, e resolve fugir para Társis, Deus não muda seu desígnio. O que Deus determinou iria se cumprir, independente das escolhas de Jonas. Jonas, então, embarca em um navio, o navio enfrenta uma tempestade enviada por Deus; a sorte é lançada e cai sobre Jonas, que é lançado ao mar, engolido por um peixe e permanece por três dias no ventre do grande peixe; e orou Jonas ao Senhor, o Senhor o escutou, falou o Senhor ao peixe e Jonas foi vomitado na praia de Nínive.
Percebemos que o que Deus havia determinado se cumpriu. Jonas poderia ter simplesmente obedecido, espontaneamente, e teria sido poupado das consequências de suas escolhas. Se Jonas tivesse obedecido ao chamado de Deus para a sua vida não teria enfrentado uma tempestade, e não teria permanecido por três dias na barriga do peixe.
O que Deus nos fala através dessa história?
Deus nos escolhe e nos chama. Deus não chama pessoas para serem improdutivas; no Reino de Deus não existe improdutividade. Todos nós somos chamados para fazermos discípulos. Quando fugimos do chamado de Deus para as nossas vidas, colheremos as consequências dos nossos atos, sobre essas, diga-se de passagem, não temos nenhum controle. Se for preciso Deus nos fará passar pelas tempestades da vida, e também ficar na barriga no peixe, isso significa um tempo infrutífero,um tempo de deserto, para que nos arrependamos. Mas, acima de tudo, aquilo que Deus designou para nossas vidas irá se cumprir, independente de nossas vontades, ainda que para isso tenhamos que sofrer.
Por outro lado, lembro-me da vida de Saul. O povo pede um rei, Deus concede aquilo que o povo queria. Saul foi levantado para reinar sobre a nação de Israel, no entanto, Saul, como Jonas, foge da presença de Deus e faz conforme seu coração. Saul faz escolhas erradas, peca, desobedece. Deus concede várias oportunidades para Saul, coloca, inclusive, Davi como guerreiro a seu lado; mas Saul persegue a Davi, tenta matá-lo. Saul não entende o chamado de Deus para a sua vida. E Deus se cansa de Saul. Saul perde o reino, perde a vida e Deus levanta outro rei, Davi, em seu lugar.
Essa é a outra possibilidade, quando Deus nos escolhe, é melhor que obedeçamos. Pois caso fujamos da presença de Deus, só existem duas possibilidades, e sobre elas não temos controle; ou chegaremos a Nínive, depois de passarmos pelas tempestades e sermos tratados no caráter, ou Deus após a nossa resistência e desobediência contínua, se cansará de nós, seremos sucumbidos e Ele levantará outro em nosso lugar, para completar a obra que Ele já tem designado.
Isso é algo muito sério, e muitas vezes não nos damos conta dessa verdade. Não possuímos nenhum controle sobre as consequências dos nossos atos e escolhas, e por certo elas virão. Só Deus poderá decidir como tudo irá terminar, bem ou mal.
Nossas opções são, obedecermos e respondemos ao chamado de Deus, desobedecermos e sermos corrigidos ou desobedecermos e sermos cortados. Porém só Deus poderá designar o fruto das escolhas.
Lembre-se que a colheita sempre é maior que a semeadura.
“Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará.” (Gálatas 6:7)
Que Deus nos abençoe!

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