sexta-feira, 21 de junho de 2013


A HORA DA VASSOURA

Não basta fazermos passeatas. Se quisermos, realmente, viver uma transformação que seja genuína, precisamos, não só sairmos às ruas e levantarmos bandeiras, mas se faz necessário que exerçamos a cidadania de maneira plena, com atitudes concretas dentro da comunidade onde estamos inseridos.
As eleições estão à porta, e uma das formas de varrermos o lixo que se encontra dentro das nossas instituições, que teriam o papel de nos representar dignamente, visando o bem comum é votar exercendo o papel de cidadão responsável e ciente de seus atos.
É hora de fazermos uma faxina geral, é hora de usarmos a vassoura que temos às mãos, é hora de dedetizarmos nossas instituições contra toda praga perniciosa causadora de doenças endêmicas “corruptivas” do caráter, dos valores e da dignidade humana.
Não basta nos levantarmos como leões nas ruas e agirmos como asnos nas urnas. Não basta levantarmos bandeiras ideológicas e depredar patrimônio público ou particular; não basta seguirmos a manada sem se saber o propósito do movimento, nem se saber aonde se quer chegar, é preciso conhecimento de causa, é preciso ter dignidade para, se preciso for, dizer que não possuí esse conhecimento, que, diga-se de passagem, é possível buscar.  O que não dá mais para permitir é que um povo que não se sente representado pelas instituições que dizem o representar, mantenha-se inerte, ou fazendo apenas barulho e bagunça sem que isso o leve a lugar algum.
O primeiro passo para mudarmos uma história é começar a mudança individualmente. Isso requer mudança de caráter, de atitudes, de conceitos. É necessário fazer uma faxina interior, retirar o lixo interno que nos assola.
Sou cristã, e como tal, sonho em ver a cultura e os valores de Cristo encharcando esse mundo; sonho em ver valores do Reino sendo, não só proclamados, mas sendo vividos.
Não um Cristianismo fundamentalista, mas um Cristianismo do Reino, um Cristianismo de Cristo.
Como cristãos precisamos entender que tudo o que Deus fez é bom, o que degrada todas as coisas somos nós, homens corruptíveis. Deus não criou aberrações, tudo o que Deus fez é perfeito. Todos os desvios foram e são causados pelo pecado, e isso é algo que diz respeito à salvação. A visão fundamentalista da fé que exclui o ser humano como ser integral é anticristã.
Para atuarmos como cidadãos faz-se necessário entendermos que não vivemos em um mundo ruim, onde tudo está perecendo, e também, não ficarmos alienados apenas ao que é transcendente, achando que somos de outro mundo. Esse discurso é perverso, preconceituoso, e não revela de forma alguma a essência do cristianismo. Já que os responsáveis pela degradação somos nós mesmos. Não pode um homem acender uma candeia e colocá-la debaixo do velador. Precisamos ser luz e sal, e atuarmos como tal, para transformarmos esse mundo, e não nos conformarmos nem nos alinharmos a ele.
Precisamos sim nos manifestar, mas acima de tudo, precisamos agir como seres dotados de razão, capazes de pensar e tomar atitudes conscientes e que tragam resultados visando o bem comum.

Simone Becker



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