quinta-feira, 29 de novembro de 2012



O ENXERTO

O jardim da casa de minha mãe sempre foi muito bem cuidado. Ela sempre cuida pessoalmente de cada detalhe e adora plantar novas mudas. Ela gosta especialmente das rosas, e em seu jardim existem várias espécies de roseiras. 
Lembro-me quando criança, que ela sempre fazia enxertos nas rosas. Isso consistia basicamente em, anexar um pequeno galho de uma rosa no tronco de outra muda, através de um corte. Essa muda, então, adquire aspectos das duas roseiras. As rosas que nascem são de cores e aspectos totalmente diferentes e singulares. Ela também as podava para que fortalecessem e os brotos novos trouxessem novas folhagens e flores.
Deus de uma maneira tão maravilhosa tomou um pequeno galho, jogado ao vento e lançado solitário à sua própria sorte. Tomou-o e o enxertou na árvore matriz, a videira de onde vem toda a seiva necessária à sobrevivência do galho. Galho, antes, condenado à morte pela sequidão por não receber a seiva da raiz e que agora recebe nutrientes, cresce, adquire características da árvore matriz, e começa a dar frutos. Suas flores e frutos não são mais os mesmos, ele se torna algo singular e único. Galho antes, incapaz de produzir bons frutos, mas que agora produz frutos dignos de arrependimento.
Sou esse galho. Com cordas de amor fui atraído e de graça recebi o Espírito Santo, que escolheu habitar em mim, sendo eu ainda pecador.
O que oferecer em troca a não ser a própria vida que recebi? Se a vida que me foi dada não vem de mim mesmo e sequer tenho o controle sobre ela.
Romanos 11:18 diz: “...não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti.”
Como é maravilhoso abrir os olhos todas as manhãs e perceber a misericórdia se renovando sobre a minha vida. Como é bom poder respirar, olhar na janela e ver os pássaros que ainda cantam lá fora, o sol que ainda brilha. Como é bom perceber que tenho tanto para agradecer.
Se Deus como exímio jardineiro tomou um galho sem valor e o enxertou na videira, não iria ele, então, cuidar do galho?
Não receberia esse galho todas as substâncias necessárias à sua sobrevivência, não receberia a poda para crescer ainda mais forte.
Mas também diz em Romanos 11:22 “Considera pois a bondade e a severidade de Deus: para os que caíram severidade; mas para contigo benignidade, se permaneceres na sua benignidade, de outra maneira tu também serás cortado.”
Paulo está falando sobre aqueles para os quais Jesus veio e eles não o receberam, e assim nós gentios que o recebemos fomos enxertados na videira, e eles foram cortados.
Mas assim como Deus não poupou os ramos naturais, não poupará os enxertos. Aquele que não der frutos será cortado da videira. Assim como aqueles que o aceitarem, serão novamente enxertados.
Minha mãe é uma ótima jardineira, mas Deus é o perfeito jardineiro, que faz os enxertos necessários e corta os ramos secos.
E você? Está enxertado na videira e tem recebido a seiva que vem da raiz?
Pois é da videira que vem toda a seiva que precisamos para dar frutos, não de nós mesmos. E é também para que nos tornemos fortes, que Deus nos poda, tratando nosso caráter, nos disciplinando e nos moldando, para que nos tornemos galhos capazes de dar bons frutos.

“Pelos frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas de espinhos e figos dos abrolhos? Toda árvore boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má, bons frutos. Toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada no fogo. Pelos seus frutos os conhecereis.” (Mateus 7: 16-20)

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