terça-feira, 8 de janeiro de 2013


A Pessoa de Cristo

A Palavra Cristo vem do grego Christos, e significa o Ungido.

Por pessoa de Cristo dizemos a unidade de duas naturezas, Jesus Cristo permanece uma só pessoa para sempre, e esta pessoa é, ao mesmo tempo, divina e humana. Sua pessoa não é a sua divindade nem a sua humanidade consideradas separadamente, mas é o Ente que possui ao mesmo tempo as duas naturezas.


O Filho é o Verbo do Pai, o próprio e eterno Deus, tomou a natureza humana, de maneira que Cristo possui duas naturezas distintas e perfeitas, sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Jesus possuía um corpo e uma alma realmente humanos. Paulo escreveu aos Hebreus: “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas,(...) Pelo que convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos...” (Hb 2.14,17). E também: “E Crescia Jesus em sabedoria, e em estatura” (Lc 2.52); “... depois teve fome” (Mt.4.2); “...tenho sede” (Jo 19.28); “Jesus, pois, cansado do caminho...”(Jo 4.6); “Jesus chorou” (Jo 11.35). Todos esses detalhes juntamente com a morte e o sepultamento dele, confirmam que ele possuía um corpo suscetível às mesmas experiências que nós temos, um corpo realmente humano.

Que Cristo possuía uma alma humana evidencia-se pelos fatos de que uma alma humana consiste em sensibilidade, entendimento e vontade; logo, defendemos que Cristo possuía sensibilidade, entendimento e vontade humana, fica claro que ele possuía uma alma. Em Deus habita uma sensibilidade em um sentido absoluto; mas em Cristo achamos também uma sensibilidade finita, semelhante àquela que encontramos nos demais homens. “...porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb 4.15).

Os únicos canais que uma tentação pode chegar à alma humana são pelos apetites carnais, pela imaginação que leva à presunção e ao fanatismo, pela ambição pessoal. Jesus foi sensível a todos esses canais, e por isso foi tentado como nós. Ele foi tentado a saciar suas necessidades carnais, se aceitasse a proposta ilícita de Satanás. Foi também tentado pelo fanatismo e a presunção. Satanás nada conseguindo através desses canais ofereceu-lhe fama, distinção e glória mundanas. Mas a divindade dele não podia ser tentada por estas coisas: “Porque Deus não pode ser tentado pelo mal” (Tg 1.13). Por isso seria impossível que Cristo fosse tentado sem possuir ao mesmo tempo a sensibilidade humana. A sensibilidade humana de Jesus também se revela no fato de que ele sentiu tristeza e angústia; na noite que foi entregue, disse: “A minha alma está cheia de tristeza até à morte” (Mt26.38). E Isaías prevendo os sofrimentos de Cristo, disse: “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado..., o trabalho da sua alma ele verá, e ficará satisfeito” (Is 53. 10-11).

Esta e outras tantas passagens demonstram que Cristo tinha sensibilidade humana, porque seria impossível angustiar-se ou sentir tristeza na sua alma se esta estivesse sem sensibilidade. Se ele possuía sensibilidade, ele também possuía entendimento humano. Constatamos isso na afirmação: “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens” (Lc 2:52). Essa passagem não pode ser aplicada ao seu entendimento ou sabedoria divinas, porque Deus é onisciente e não precisa crescer em nada. Portanto, concluímos que sua humanidade teve um entendimento finito, e como tal podia crescer e desenvolver-se. No mesmo sentido Jesus revela seu entendimento humano quando diz: “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai” (Mc 13.32).

Jesus possuía uma vontade humana, mas sempre esteve sujeita à vontade divina. Ele Disse: “porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou” (Jo 5:30); “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 6:38). Vemos que Jesus também hesitava em fazer a sua vontade em: “ Pai, se queres, passe de mim este cálice, todavia não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lc 22.42). Na sua divindade a vontade do Filho e a vontade do Pai eram a mesma, mas nessa passagem Jesus faz uma distinção entre a vontade dele e a vontade do Pai, deixando claro que ele falava da sua vontade humana.

Constatamos, então, que Jesus possuía sensibilidade, entendimento e vontade humana. A humanidade plena de Jesus é uma verdade de importância vital, ela envolve tudo que há de mais precioso na experiência cristã. O Cristo que se fez homem. Com que propósito?

Para ser nosso exemplo, deixou-nos o exemplo, para que seguíssemos suas pisadas; para simpatizar conosco. Tendo sofrido e sido tentado, é capaz de socorrer também aqueles que sofrem e são tentados; para tomar o nosso lugar legalmente: “nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gl 4. 4,5); para ser nosso sumo sacerdote. “Porque todo o sumo sacerdote , tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados” (Hb 5.1); para ser nosso Sumo Sacerdote misericordioso e fiel nas coisas pertencentes a Deus. “Como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb 4.15).

Apesar disto, a humanidade de Cristo seria de pouco valor se ele fosse somente homem. Ele também é Deus. Nós adoramos a um Cristo vivo. Cristo é mais do que homem, e por isso o cristianismo não é um sistema filosófico, nem de culto a heróis.
“No princípio era o Verbo, e o verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. [...] Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu” (Jo 1.1-3,10,11).
“O qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação. Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sem potestades: Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Cl 1.15-17).

O Verbo que fez todas as coisas fez-se carne. Ora, quem criou todas as coisas foi Deus. Logo, concluímos que Jesus Cristo é Deus.
Aquele que pagou preço de sangue para nos resgatar, morreu, ressuscitou, subiu aos céus e está assentado à destra de Deus e voltará. Julgará o mundo, pisará na cabeça da serpente e reinará com seu povo na nova Jerusalém.
Que Deus nos abençoe!
Continua...

Site oficial: www.simonebecker.com.br

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