segunda-feira, 23 de abril de 2012

QUANTO VALE SEU TEMPO?





QUANTO VALE SEU TEMPO?

"Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim, como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus." (Efésios 5: 15,16)

O relógio despertou, parecia que o tempo havia parado, afinal, tinha acabado de fechar os olhos, nem me dei conta que o tempo voou.
Seis horas. Como um robô pré-programado, pulei da cama e agitadamente, cambaleei até o banheiro, abri a torneira e ops!; Dormi de óculos, lembro-me de ter aberto minha bíblia e começado a ler alguns versículos, alguns fleches de memória me diziam que eu havia fechado a bíblia e a colocado de lado. Voltei até o quarto, eis que a encontrei jogada no chão. Algumas páginas estavam amassadas, reorganizei-as, e coloquei-a na cabeceira da cama, lugar onde ela sempre ficava.
Em quinze minutos estava pronta, corri até a cozinha, me servi do café, já preparado pela cafeteira programada para o horário das seis e dez.
As seis e vinte e cinco, pontualmente, estava na garagem. Liguei o carro e antes mesmo de acertar o retrovisor, sai em disparada para o escritório. Tempo era sagrado para mim, perder alguns minutos não estava em minha agenda.
Deparei-me com um trânsito, um tanto quanto, tumultuado naquela manhã. Todos resolveram sair de casa no mesmo instante que eu, pensei. Murmurei por alguns minutos, mas o celular  tocou, era meu chefe, perguntando-me se havia terminado o relatório. Claro!  Exclamei. Sempre faço minhas tarefas, a tempo e a hora, pensei comigo mesma. Sempre fui muito eficiente, uma funcionária exemplar.
Finalmente, as sete e cinco estava no escritório, cinco minutos de atraso, mas compensaria no final do expediente.
Dia corrido, muitas tarefas. Atendi sei lá quantas ligações, clientes educados, mal educados, reclamões e uma série de outros adjetivos.
Nossa, nem me dei conta, já passara do meio dia, ainda não coloquei nada no estômago, por isso sentia um ligeiro mal estar. Era hora de cuidar de mim. Apressei-me até o elevador, que claro, demorava alguns minutos, havia vários andares no prédio e muitos escritórios, e todos insistiam em descer, justamente, no mesmo horário que eu.
Corri até a lanchonete que ficava do outro lado da rua. A atendente já me conhecia, cumprimentei-a com o bom dia rotineiro, ou sei lá, boa tarde, a essa altura já havia perdido a noção de horário. E pedi o de sempre, pra encurtar o assunto, não dispunha de muito tempo.  Precisava voltar ao escritório, deixei um relatório pela metade, e precisava fazer alguns telefonemas.
Ufa! De novo sentada em minha mesa, minha caixa de email, estava abarrotada de mensagens, precisa ler, havia algumas que careciam de certa urgência.
Dona Carminha, trouxe-me um café, fazia bem depois do almoço, bem, não foi mesmo um almoço, mas para mim era como se fosse. Em casa comeria algo mais saudável.
 O telefone tocou, era a secretária passando-me uma ligação, dizia que era urgente. Atendi com presteza, e logo após o alô, minha face se corou, graças a Deus não havia ninguém na minha sala. Era a diretora da escola, havia faltado à reunião de pais, me esqueci, era hoje as quatorze e trinta. Olhei para relógio, e com uma voz envergonhada, desculpei-me. O relógio marcava quinze e quinze. Disse-lhe que ligaria marcando um horário extra, assim que tivesse um tempinho.
O tempo voou, como pássaro apressado, dezoito horas, mas havia aqueles cinco minutos, não queria dar mau exemplo, era necessário ficar mais um pouco, e os cinco minutos acabaram virando meia hora. Mais um dia! Tarefa cumprida!
Corri até a garagem, cumprimentei o porteiro. E como sempre, o trânsito na hora do rush, um inferno. Minha murmuração básica, odeio trânsito, tira-me do sério. Quase quarenta minutos enfrentando a loucura de uma metrópole. Algumas vezes pensei em mudar para o interior, deveria ser mais tranquilo, pelo menos o trânsito.
Lar doce lar, enfim, cheguei!
Meus pés doíam, salto era algo obrigatório na minha profissão. Naquela hora do dia, não estava mais tão impecável assim, mas tentava manter a pose.
Minha filha correu ao meu encontro, o cachorro latia, havia vários envelopes em minhas mãos, tinha os pegado na portaria. Joguei-os no sofá. Abracei minha filha, que já estava de pijama, era uma dádiva ter Maria como secretária do lar, ela sempre deixava as crianças prontas para ir para a cama.
 Perguntei à minha filha se ela já havia feito a lição, ela disse-me que o irmão, que era mais velho, tinha ajudado com as tarefas. Isso era bom, não precisaria ter mais alguma tarefa, já estava cansada por demais.
Liguei a TV, precisava assistir o jornal. Como reagiram as bolsas naquele dia? O mercado estava um pouco instável, e a empresa andava na corda bamba. Não podia perder meu emprego, se algo acontecesse com a empresa, estaria na rua.
Meu marido chegou, tive que esquentar a comida, sentamos rapidamente à mesa, comi uma saladinha, afinal, precisava comer algo saudável, durante o dia comi apenas besteiras.
Trocamos algumas palavras, ele se apressou para o banho. Estava exausto!
Tive meus trinta minutos de descanso, mergulhei na banheira, coloquei bastante espuma, usei camomila, precisava relaxar.
Depois de um banho relaxante, bate aquele sono. Ainda havia algumas tarefas, antes de jogar-me na cama, era tudo que eu precisava.
Coloquei minha filha na cama, fiz uma oração, lhe dei um beijinho de boa noite! Ela disse que me amava.
Fui até o quarto do meu filho, o computador estava ligado, como sempre. Mandei que desligasse, e fosse para a cama, ele tinha aula pela manhã e o escolar passava pontualmente as sete. Dei-lhe um beijo e fui para o meu quarto. Sentei na cama e peguei minha bíblia, toda amassada, não havia percebido, que ficaram algumas páginas dobradas. Resolvi ler um pouco, o dia foi tão corrido, nem percebi que não tive um tempo com Deus. Era preciso conversar um pouco com Ele. Havia algumas situações pendentes. 
Dez minutos, meus olhos já pesavam, olhei para o relógio, liguei o despertador. Seis em ponto! Comecei a bocejar, o sono era mais forte que eu. Tinha uma ligeira dor de cabeça, virei para lado, meu marido disse alguma coisa, não entendi muito bem, já estava quase cochilando. Ajeitei o travesseiro, puxei o edredom. Não me lembro de mais nada.
Maldito despertador, Seis horas!

Quanto vale seu tempo?
Quais têm sido as suas prioridades? A correria do dia a dia tem te impedido de viver? Afinal, o que é viver? Você tem vivido, não é verdade? Agora, qual estilo de vida? O que tem tomado seu tempo?
Olho para as famílias de hoje, e sinto saudades da minha infância. Lembro-me que quando criança minha mãe era uma mãe presente, lembro-me das suas comidinhas cheirosas, suas guloseimas preparadas com amor . Meu pai era um pequeno comerciante, que não tinha muito tempo para estar com a família, nas horas vagas ele jogava baralho com os amigos. Às vezes, em alguns fins de semana, levava-nos ao cinema ou ao parque. Éramos uma família feliz, apesar de não termos um pai tão presente. Aos domingos íamos à igreja, éramos assíduos na escola dominical, eu particularmente, participava intensamente nas atividades da igreja.
Olho para as famílias de hoje, quanta falta de tempo. Acho que o relógio deveria possuir mais algumas horas, o dia se tornou deveras pequeno demais, para tantas atividades. Não temos mais tempo para almoçarmos em família, para rirmos juntos, nos jogarmos sobre as almofadas, para simplesmente brincarmos com nossos filhos. Chutamos o cachorro, que não tem culpa de nada.  
Culpamos o outro por nossas falhas, delegamos tarefas a outros, colocamos a educação de nossos filhos sob a responsabilidade das babas, secretárias do lar, da escola, da igreja, e deixamos de fazer o papel de pais.
Não há tempo para uma conversa de casal, nem um namoro, nem um jantar romântico. Não mandamos mais flores, esquecemos as datas importantes.
Quanto vale nosso tempo?
Não temos tempo para estar com o amigo, ou para fazermos amigos.
Não temos tempo para compadecermos, nem para estendermos a mãos.
Tropeçamos nos ponteiros do relógio e caímos escravos das horas.
Não vemos o tempo que passa e ansiamos pelo que ainda virá.
Não lemos um bom livro, não escrevemos poesia, nem mandamos um bilhete dizendo, eu te amo.
Não degustamos uma boa comida, não ouvimos uma boa música. 
Pois somos escravos dos ponteiros, que como carrascos nos chicoteiam com os minutos a correrem. 
A vida é como neblina que vem e que passa. Tudo passa tão rápido. Hoje nossos filhos crianças, amanhã jovens adultos. Nem os percebemos crescerem. Não há mais o beijo de boa noite, as estórias à beira da cama, o carinho e o afago.
Nossa bíblia se empoeira no criado ao lado, páginas amassadas, comidas pelo cachorro. Algumas páginas nem mais estão lá.
Não oramos, não louvamos a Deus, sequer o escutamos, mas corremos pra Ele, com nossas urgências existenciais.
Quanto vale seu tempo? Quanto vale uma vida? Viver e perceber que não se viveu. Acordar e não perceber que o sol brilha lá fora, que os pássaros ainda cantam, que você respira e é um ser, dotado de corpo, alma e espírito e precisa VIVER.
Eclesiastes 3
Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.
Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha?
Tenho visto o trabalho que Deus deu aos filhos dos homens, para com ele os exercitar.
Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim.
Já tenho entendido que não há coisa melhor para eles do que alegrar-se e fazer bem na sua vida;
E também que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus.
Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar; e isto faz Deus para que haja temor diante dele.
O que é, já foi; e o que há de ser, também já foi; e Deus pede conta do que passou.





                 

Um comentário:

  1. Boa noite, friend !
    Bom, tirando os filhos e marido ( que ainda não tenho! FORWHILE !),essa correria está um pouco parecida com a minha. Realmente, tenho questionado muitas coisas, do que vale mesmo a pena.
    E, com certeza, a comunhão com Deus, sempre foi, é sempre será, prioridade para todos nós, para aqueles que a querem !
    Eu comecei a buscar isso mas tenho que melhorar. Deus é misericordioso ! Ele tem falado!
    Um beijo... Jesus te abençoe!
    Alessandra

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